Rui Costa e a política desportiva
A união não se pede, como fez Rui Costa, nem se conquista, como afirmou Francisco Benitez. A união constrói-se...
NO lavar dos cestos de uma derrota que assumiu com elegância, Francisco Benitez afirmou: «É uma enorme vitória de todos os benfiquistas, sinal de que a cidadania está bem viva e não voltará a adormecer. Congratulo Rui Costa. Durante a campanha pediu união, mas relembro-o que a união não se pede, conquista-se.»
De facto, terminado o processo (exemplar) da sucessão de Luís Filipe Vieira, o Benfica precisa de união, solidariedade e defesa de um propósito comum. Porém, se é verdade que, como disse Benitez, a união não se pede, não é menos verdade que também não se conquista. A união constrói-se. Sobretudo com atos que reflitam o acolhimento da vontade soberana dos sócios, e atos que mostrem respeito pela opinião das minorias. Pertencer a um clube só faz sentido se aquilo que une os associados for maior do que aquilo que os divide. E quem não perceber isto...
Quanto a Rui Costa, há dois desafios, de natureza diversa, que o aguardam e que irão determinar a primeira fase do seu consulado:
1) O primeiro tem a ver com os casos pendentes na Justiça. Que tipo de contaminação chegará ao Benfica dos processos em curso e que, de uma forma ou outra, mexem com o clube? E como serão avaliados, e com que sequelas? É do senso comum acreditar que Rui Costa foi precavido quando escolheu quem deveria acompanhá-lo no «jogo mais importante» da sua vida, assim classificou a presidência do Benfica. O futuro próximo encarregar-se-á de clarificar esta nebulosa...
2) O segundo tem a ver com a refundação do projeto desportivo do Benfica, contaminado por uma obsessão pelo negócio, que marcou negativamente a fase final da liderança de Luís Filipe Vieira. Rui Costa tem obrigação de avaliar as necessidades competitivas do clube a partir de dentro das quatro linhas e não das oportunidades de negócio. E tem obrigação de otimizar meios que andaram demasiado dispersos (em ‘paletes’ de jogadores...) congregando-os na construção de uma equipa que lute não só por títulos, mas também pela hegemonia nacional. Enquadrar, na devida medida, jogadores contratados no mercado externo, que realmente façam a diferença, com a qualidade que o Seixal ciclicamente produz, é o desafio que, uma vez ganho, marcará a presidência de Rui Costa.
RUI COSTA
Vitória esmagadora, discurso sereno e inclusivo, eis o retrato de Rui Costa, presidente do Benfica, terceiro ex-jogador encarnado, depois de José Rosa Rodrigues (1904) e Félix Bermudes (1916 e 1945/46) a sentar-se no trono do reino da águia. Antevê-se um mandato pleno de desafios estruturantes...
CRISTIANO RONALDO
Frente ao Catar, reforçou a liderança dos melhores marcadores por seleções e ficou mais perto do recorde mundial de internacionalizações. CR7 impõe-se metas e exige-se resultados, numa história de sucesso que, tudo indica, ainda está longe do fim. Por vezes é difícil jogar com ele, mas é mais difícil jogar sem ele.
HUGO LLORIS
Duas defesas (a primeira extraordinária a segunda muito boa) do keeper do Tottenham, já ao cair do pano da final da Liga das Nações, deram a vitória à França frente a uma brava Espanha. Os gauleses, campeões do Mundo, em título, podem orgulhar-se de terem agora no currículo todos os troféus do futebol de seleções.