Reforma
O futebol até pode ser uma droga, mas não precisamos de uma overdose coletiva
1. Mundiais de dois em dois anos: Arsène Wenger devia aproveitar a reforma para fazer palavras-cruzadas, sopas de letras e sudokus, mas entretém-se com a FIFA a arranjar forma de matar o futebol. Maldita ganância.
2. Não podemos levar tão a sério a ideia de que o futebol é uma droga, pois corremos o risco de uma overdose coletiva.
3. Gianni Infantino: «Temos de fazer alguma coisa, proteger a saúde dos jogadores.» Sem dúvida. E a melhor forma é arranjar ainda mais provas e jogos para que não tenham sequer tempo para se queixarem ou irem ao médico.
4. O movimento Servir o Benfica parece estar a tornar-se cada vez mais no movimento Perseguir o Benfica. No mínimo, tem a obrigação moral de apresentar um candidato nas eleições, depois da deserção de Noronha Lopes, que tinham apoiado há um ano.
5. Clássico Sporting-FC Porto: para combate de boxe não foi mau, para jogo de futebol nem por isso. Se a Sport TV soubesse, podia ter convidado Donald Trump para os comentários.
6. «Foi um jogo com algumas picardias a mais.» Quando um especialista como Sérgio Conceição diz isto é porque a coisa foi realmente exagerada.
7. «O Luís já foi a Paris», cantava Ana Faria nos anos 80. Agora o Luís (o Godinho) já foi a Bordéus, numa espécie de Erasmus para árbitros, e mostrou como se arbitra por cá: com polémica.
8. Koeman: «Quando há um cruzamento, Luuk de Jong é mais perigoso do que Neymar.» Eu também sou mais perigoso do que Neymar numa pastelaria, mas há comparações absurdas.
9. José Mourinho obteve vitória épica no jogo 1000 como treinador. Que aquele sprint ao passado lhe devolva a glória adormecida no presente.
10. Ronaldo voltou ao Man. United como se nunca tivesse partido e mostrou que o velho CR7 é o novo CR9.
11. O treinador Guus Hiddink demitiu-se da seleção de Curaçao e anunciou o fim da carreira, aos 74 anos. Pensei que treinar Curaçao já era a reforma.