Perin e Odysseas: falsas questões

OPINIÃO22.07.201904:00

ODYSSEAS é bom. Uma primeira época bem razoável dá garantias, embora não tenha passado ao lado de alguns erros infantis que lhe deixaram marca na imagem, enquanto assinava, ao mesmo tempo, bravos desempenhos na Europa. O encontro de Chaves e o embate na Luz com a SAD-do-clube-sem-nome tornaram-se no ano de estreia pontos tão baixos que, associados a outros crimes menores, terão instigado os encarnados a procurar melhor. É aqui que se enquadra Perin, tal como antes Navas e Cillessen. Legítimo.


O Benfica só poderia ter resolvido melhor Perin se não tivesse avançado de todo. Não se teria exposto publicamente a prováveis complicações e a eventual mal-estar com a Juventus e com o guarda-redes. E valeria Mattia Perin o risco? Aqui, não tenho dúvidas de que sim. Felino, fortíssimo no 1x1 e entre os postes, competente com os pés e no controlo da profundidade, líder na área - embora na Juve possa ter recalcado algumas destas características -, é claramente um upgrade.


Numa negociação há sempre boa fé e protocolo. O jogador pareceu mal informado e a Juve também terá passado dados menos exatos. No único momento em que teve finalmente o controlo da situação, nos exames prévios à assinatura, o Benfica percebeu o quadro completo. O regresso passou para dezembro, já com pleno conhecimento das consequências desportivas da presença na Champions e da sua influência no resto da época, e a apenas um mês da reabertura do mercado. A decisão entende-se.


«Agora, como fica Vlachodimos?» O grego já partia com vantagem, porque Perin só iria voltar em setembro, o que aumentaria a resistência à mudança, se tudo estivesse bem. Claro que o italiano é melhor e tornar-se-ia naturalmente aposta, mas nenhum plantel deve ter lugares reservados. É da competitividade que se evolui. Como Lage pretende.