Outro ‘Portimonense’ esteve à vista...
O Benfica está claramente a pagar a fatura do investimento que fez para garantir um lugar na fase de grupos da Liga dos Campeões
OBenfica venceu em Vizela e assim manteve a liderança da Liga. Porém, as boas notícias para os encarnados começaram e acabaram nessa circunstância, meramente aritmética. Na verdade, os discípulos de Jesus puseram-se a jeito para reviverem a experiência com o Portimonense, que se saldou na perda de três pontos. Os elementos que ditaram o insucesso frente aos algarvios voltaram a estar presentes em Vizela e JJ precisa de meditar sobre algumas coisas (boas) que a sua equipa era capaz de fazer e que, manifestamente, já não faz.
O Benfica que esteve ontem em Vizela mostrou escassa dinâmica, circulou a bola demasiadas vezes sem propósito, falhou na presença na área adversária e tornou, em muitas ocasiões, a tarefa defensiva dos donos da casa muito confortável. A fórmula encontrada, em que Darwin Núñez, por um lado joga demasiado agarrado à linha, bloqueando as movimentações de Grimaldo, e por outro não se mete na grande área, deixando Yaremchuk muito desapoiado, não contribui para a assertividade do Benfica. E se Weigl mantém intactas as suas capacidades de motor alemão de alta qualidade, a verdade é que o ritmo de jogo de João Mário baixou bastante, ao mesmo tempo que Grimaldo, peça fundamental da equipa de Jorge Jesus, também parece muito desgastado nesta fase da época.
Há que reconhecer que Jorge Jesus fez tudo aquilo que devia no início da temporada, quando programou o seu trabalho para ter o Benfica em alta rotação na altura em que teve de medir forças primeiro com o Spartak de Moscovo e depois com o PSV. O clube precisava de entrar na Liga dos Campeões e o treinador meteu a carne toda no assador, ficando implícito, para quem já cá anda há alguns anos, que a fatura desse investimento haveria de chegar.
Por isso, a única coisa que se estranha é que o técnico encarnado, perante este quadro, não tenha prosseguido, mesmo que de forma menos fundamentalista, a política de rotatividade que usou na fase inicial da Liga, quando em cada jogo apresentava meia dúzia de novidades relativamente à jornada europeia. Francamente, o Benfica, ao dia de hoje, não necessitará de tanta mexida, mas nem tanto ao mar, nem tanto à terra, Jesus devia dar mais gás a uma equipa que tem vindo de mais a menos em dinâmica de jogo.
RAFA
O mais inconformado e assertivo dos encarnados teve o prémio maior de marcar o golo da vitória benfiquista ao minuto 90+8 do jogo em Vizela. Rafa é o único elemento pontiagudo, capaz de fazer mossa ao adversário, em acelerações entre linhas, numa equipa demasiado redonda e altamente previsível.
JOSÉ MOURINHO
A Roma respondeu à humilhação histórica sofrida na Noruega com um empate caseiro frente ao Nápoles, que contava por vitórias os jogos disputados na Serie A. Foi uma forma expedita de Mourinho fazer prova de vida, remetendo para a categoria de incidentes a vergonha por que passou na cidade de Bodo.
OLE GUNNAR SOLSKJAER
O Manchester United é um destroço coletivo, sem rei nem roque, nem ponta por onde se pegue. Está mais do que visto que Solskjaer não consegue transformar o excelente plantel de que dispõe numa equipa compatível com a tradição e o investimento dos red devils. Está na hora de chegar a Old Trafford um treinador a sério.