Os porquês de Bruno Fernandes
Foi o melhor em Portugal nas últimas duas épocas e parece não chegar. A eventual saída, perante exigências legítimas do Sporting e a alegada forretice dos interessados, estará ainda distante de confirmar-se e admite-se inclusive, a dois meses do fim do mercado, que possa continuar. Seria, obviamente, fantástico para o ingrato futebol luso e para as aspirações desportivas dos leões, embora no outro prato da balança os milhões possam fazer falta.
Não é fácil explicar o impasse, sobretudo quando do outro lado da Segunda Circular já se fazem contas aos milhões de Félix. Os números são esmagadores desde que pisou Alvalade: 48 golos e 38 assistências em 109 jogos, após passagens por Udinese (95 j, 11 g, 13 a), Sampdoria (35 j, 5 g, 3 a) e Novara (23 j, 4 g, 2 a). Entre os dois há cinco anos de diferença, margem maior de potencial por explorar do lado de lá e um passado de bom nível no calcio do seu, quando era muito jovem. Muito nos 120 milhões de Félix é expectativa e aposta cega, e um momento definitivo na corrida por uma futura referência que pode vir a ser de classe mundial.
Já Bruno Fernandes está mais feito, os números extraordinários que apresenta foram alcançados numa liga periférica (tal como os de Félix) e terá contra si as dificuldades de afirmação na Seleção, um patamar de exigência maior.
Há mais. Embora o médio do Sporting seja inteligente e facilmente se adapte a outro papel, sobressai mais no papel de líder, aquele que toma a maior parte das decisões. Os principais emblemas já têm esse jogador, ainda não o perderam ou competem em ligas menos sedutoras, como a italiana. Man. United e Tottenham seriam destinos ideais, mas Solskjaer tem um plantel inteiro com que se preocupar e os spurs ainda contam com Eriksen. Depois, não há Jorge Mendes. Mas nem o superagente é capaz de achar petróleo em todo o lado.