Os plantéis…
FC PORTO visto por Sérgio Conceição: “Temos plantel mais equilibrado do que em 2018”. Concordo e muito reforço: é portista o melhor plantel em Portugal. Pouco menos do que impensável quando, à partida para nova época, o FC Porto perdera mais de meia equipa!: o senhor guarda-redes Casillas, dois defesas centrais titulares (Felipe-Éder Militão) e mais um trio importantíssimo: Herrera-Brahimi-Óliver. Grandes rombos!
E eis que…
- Chegou Marchesín, excelente guarda-redes da seleção argentina; suplente Diogo Costa, titular da seleção sub-20, é muito mais do que promessa - aposto!;
- No comando da defesa (crucial), anterior dupla substituída pela experiência, com alto nível competitivo, de Pepe-Marcano, acrescentando-se Mbemba (minha surpresa: já evidente mais-valia, até pela polivalência também como lateral) e Diogo Leite, titularíssimo nas seleções jovens, 20 anos, muito boa qualidade técnica e atlética (1,88 m);
- No meio campo, mantendo-se Danilo, Otávio e Sérgio Oliveira, vagas muito bem preenchidas pelo colombiano Uribe (cedo se percebeu - na Luz e não só… - porquê Sérgio Conceição dele disse “não é jogador espetáculo, é jogador espetacular”, o que tem fácil interpretação: taticamente precioso) e pelo senegalês Loum (uau!; que pujança atlética no seu 1,89 m, com boa técnica); mais os meninos-esperanças, Bruno Costa e Romário Baró;
- Nos flancos atacantes, Brahimi esquecido (!) com aquisição de muito talento: colombiano Díaz e japonês Nakajima juntam-se a Corona e Marega. E pontas de lança? Aos possantes Marega (sim, também ponta de lança é), Soares e Aboubakar, agora somam-se José Luís (lembrem-se de como deu cabo da defesa benfiquista) e o miúdo (17 anos!) Fábio Silva que tem vindo a ser lançado e tanto promete. Fartura de qualidade!
Mais: o futebol muito musculado em que Sérgio Conceição sempre aposta até se reforçou. Exemplo neste “onze”: Marchesín, 1,88 m; Mbemba, 1,82 - Pepe, 1,87 - Marcano, 1,89 - Telles, 1,81; Danilo, 1,88, e Loum, 1,89 (ou Uribe, 1,82); Otávio, que está “em grande”, e Corona (exceções, 1,71 e 1,73), ou Díaz (1,80), ou Nakajima (1,64, o pequenino que põe cabeça em água aos gigantes); depois, à escolha: José Luís, 1,83; Aboubakar, 1,84; Fábio Silva, 1,85; Marega, 1,86; Soares, 1,87. Nada por acaso, o FC Porto decide muitos jogos em “cantos” e em múltiplos cruzamentos para a grande-área. Em Portugal…; na Europa, outros adversários, diferente “conversa”. Repare-se, na alta competição europeia: enorme quantidade de golos no futebol aéreo. Messi “varre” a regra do futebol atual: estatura-poder atlético-técnica de cabeceamento (atacando e… defendendo) cada vez mais decidem.
BENFICA, campeão e, de novo, líder, poderá somar mais um título; mas é evidente que o seu plantel enfraqueceu (lesão de Rafa torna isso ainda mais gritante). Adeus aos trunfos Félix, Jonas, Salvio… Quase meia época já lá vai… e aquisição de RDT mantém-se “flop”. Caio Lucas a “anos luz” de Salvio (mau grado as lesões deste). Simples: ter ou não ter…classe. Vinícius é poderoso (nem por isso no cabeceamento, apesar do seu 1,90 m), tem bom pé esquerdo e… lacunas técnicas. Para mim, digo-o desde a pré-época por tê-lo seguido no Moreirense, a melhor aquisição é Chiquinho. Cedo caiu em longa baixa clínica, está de volta e, passo a passo, graças à inteligência do seu futebol, será o mais próximo de Félix (no esquema preferido por Bruno Lage). Muito versátil, também eventual alternativa a Pizzi (misto extremo-médio, “vagabundo” rumo à baliza) e até, em caso de necessidade, podendo recuar para n.º 8.
Dupla Samaris-Gabriel (foi preciosa) anda muito em baixo! Qualidade de Florentino e Gedson debate-se com “verdura” dos 20 anos. Meio-campo, nesta altura, é quase só… Taarabt. E ter tão jovem dupla no centro defensivo, Rúben-Ferro, muito naturalmente implica falta de “calo” nos jogos mais a doer. Repito-me: equipa demasiado “de meninos”. E prospeção no estrangeiro falhando nos últimos anos… Conclusão: sempre que o treinador altera o “onze” ideal, dá fiasco. Na Champions e até na Taça da Liga…
SPORTING visto por Vítor Oliveira, o técnico que tem sido “elevador automático”: “Quantos jogadores de topo ali há?”. Nu e cru. Para mim, volto a dizê-lo, a classe de Bruno Fernandes quase num deserto; Acuña (tão indisciplinado!), Mathieu (veteraníssimo) e Renan são bons; Coates tem dias… Vietto tem momentos… Tudo o mais… entre sofrível e medíocre. Velhíssima frase de Otto Glória: “não há boa omeleta sem bons ovos”. Ontem, como amiúde, Bruno resolveu… Não pode é fazê-lo… sempre.