O treinador como peça fundamental
Se não houver sintonia entre o modelo de jogo do treinador e as características do plantel, o insucesso está atrás da porta...
Apropósito das notícias, de fonte credível, embora não confirmadas oficialmente, que dão como certa a contratação do treinador alemão Roger Schmidt pelo Benfica, valerá a pena elencar algumas ideias.
Durante muitos anos, exceção feita ao modelo britânico, baseado num manager de responsabilidades alargadas, os clubes pautaram-se pela norma de que os treinadores, por natureza transitórios, deviam trabalhar com quem as direções muito bem entendessem, uma vez que estas seriam o garante dos interesses intemporais do clube. Muitas vezes os treinadores lá conseguiam influenciar para que fosse contratado este ou aquele jogador, mas ficavam longe de ter a faca e o queijo na mão.
O CASO ROGER SCHMIDT
No caso de Roger Schmidt, que advoga um tipo de futebol muito específico, de que não quererá abrir mão, fará sentido contratá-lo sem que lhe sejam dadas as armas necessárias para materializar o seu trabalho? À partida, a resposta parece ser «não», quem fecha contrato com um técnico de pressão alta (para não dizer altíssima) precisa de ter jogadores, da posição um à posição onze, que cumpram as tarefas atribuídas a cada segmento. Só assim haverá coerência e o projeto terá pernas para andar, salvaguardando, obviamente, o contraditório com a administração e as limitações financeiras do clube. Recupere-se o exemplo de Julen Lopetegui e do FC Porto: os dragões colocaram-se, precipitada e acriticamente, nas mãos do atual treinador do Sevilha e deram-se mal desportivamente e muito mal financeiramente.
Ou seja, quando se contrata um treinador que não vem para se adaptar ao plantel (como foi o caso de Lopetegui e é o caso seguramente de Schmidt), a chave do sucesso está no diálogo e na razoabilidade dos pedidos, na certeza de que um treinador deste tipo não aceita no plantel jogadores que não fazem sentido para aquilo que quer levar por diante. Quem trabalha assim, entre nós? Rúben Amorim, que pouco a pouco, cirurgicamente, tem adaptado o grupo à sua visão de futebol, em comunhão com a direção desportiva do Sporting…
PS - Como será Sérgio Conceição num contexto pós-sanções da UEFA ao FC Porto? Até onde poderá ir, logo que consiga construir o plantel fazendo contas de somar e não de subtrair?
ÁS — ANDRÉ SILVA
Muito provavelmente, o Estádio Municipal de Arouca foi palco de um golo que será finalista do prémio Puskas de 2022. O herói do dia foi o brasileiro André Silva, natural de Taboão da Serra, no interior de São Paulo, que desfeiteou o esloveno Ziga Frelih, do Gil Vicente, com um chapéu a 65 metros da baliza. Nem Pelé, não é?
ÁS — JOÃO FÉLIX
Mais confiante e finalmente integrado nas dinâmicas de Simeone, o jovem internacional português está de volta ao caminho que o destino lhe traçou quando, mal nasceu, caiu no caldeirão do talento. Afinal, o dilema do Atlético de Madrid vai ser se quer ficar com João Félix ou se prefere lucrar com o investimento que fez…
ÁS — CARLOS ALCARAZ
O tenista espanhol, 18 anos e 333 dias, tornou-se no terceiro mais jovem a vencer um torneio ATP 1000 (mais novos, só Chang e Nadal), após derrotar o norueguês Casper Ruud, em Miami. Quando a carreira de Rafa Nadal caminha para o fim, eis que salta para a ribalta aquele que é já apontado como o seu sucessor.