O que nos disseo clássico
As ideias são sustentadas por resultados, e era obviamente importante para o Sporting não perder no clássico. Os leões tinham saído derrotados dos últimos seis confrontos na Liga com os dois grandes rivais e sobretudo nos dois últimos, já com Amorim, a diferença de patamar manteve-se bem evidente. Depois da revolução no plantel, que deu continuidade à sangria de referências, e do tempo dado à consolidação do processo Amorim, era fundamental obter sinais conclusivos de que a distância se tinha esbatido. A exibição e o empate sinalizam de forma positiva o caminho, e até o polémico (a interpretação da intensidade é sempre subjetiva) e invertido penálti pode servir de catalisador do moral. Contudo, a falta de controlo do jogo e o caos vivido na última linha em alguns momentos - infelizmente, Coates não tem estrutura mental e futebolística para ser a referência, ainda mais com Neto e Feddal ao lado - levam a que, além de ter de gerir as expectativas com pinças, seja muito importante ser novamente assertivo em janeiro. Há um puzzle por completar.
Do outro lado, Conceição agarra-se a ideias antigas e mostra a resistência possível à mudança. Com Zaidu a ter de entrar ou Manafá a trocar de lado, o treinador optou pelo menor número possível de mudanças. O nigeriano quis igualar a influência de Alex Telles com a assistência para o golo de Uribe, mas a defender já não foi tão brilhante. Também o meio-campo esteve longe da solidez habitual, mesmo com a presença mais efetiva no miolo de Otávio, que deixou as alas para Corona e Luis Díaz. O FC Porto não controlou o encontro, permitiu ao adversário acreditar e sofreu mesmo o empate. São seis os golos já sofridos, o pior registo da era Conceição, e cinco os pontos perdidos. Por muito cedo que seja, têm já de estar a tocar os primeiros sinais de alarme no Dragão.