Mudança no Benfica
Que o futebol do Benfica mudou com Bruno Lage não é novidade. As triangulações entre lateral, médio e extremo que representavam mais de 50 por cento do jogo ofensivo deixaram de ser um mantra para se tornarem apenas uma variável; as alterações de sistema e de movimentações beneficiaram Pizzi, hoje apenas mais uma peça na engrenagem; Grimaldo ataca muito mais que André Almeida porque um é lateral-esquerdo do mais ofensivo que há e o outro faz lembrar os defesas-direitos à antiga.
Mais do que a forma, também mudou o conteúdo e destaco três jogadores: a metamorfose de Gabriel ao nível da intensidade (hoje corre muito mais ao lado de apenas um médio do que correu quando jogou com dois), Samaris regressando às dinâmicas do 4x4x2 que exibiu com Jorge Jesus e um Rúben Dias com zero necessidade de recorrer a um jogo agressivo para se impor e exibindo assinalável qualidade técnica no passe.
O maior desafio de Lage será outro: continuidade. Fabio Capello dizia que os treinadores são ladrões de ideias e mais cedo ou mais tarde haverá fórmula de travar muitos dos atuais movimentos das águias. A grande chicotada é aquela que tem efeitos quando já não se notam as feridas.