LD, mistura de Obélix/Astérix
Luis Díaz transformou-se num furacão: corre, viaja, marca, viaja, assiste, viaja. É (para já) o melhor jogador da Liga 2021/2022
L UIS DÍAZ parece um furacão. Daqueles que levam tudo à frente. O colombiano está a ser o melhor jogador da Liga 2021/2022 e, pelo meio, viaja dezenas de milhar de quilómetros, joga pelos cafeteros em quase todos os países da América do Sul, marca, assiste, marca, assiste. Depois, regressa a Portugal e a senda continua: marca, assiste, joga muitíssimo bem e passa a ferro quem lhe aparece pela frente. Escreveu Goscinny (e desenhou Uderzo) que Obélix caiu no caldeirão do druida da poção mágica e ganhou força eterna. Luis Díaz parece-se bem mais com Astérix, por ser magro e velocíssimo, mas parece ter caído num caldeirão de café: corre, corre, corre. Joga, joga, joga. Marca, marca, marca.
C ORONA, melhor jogador do FC Porto nos últimos anos, parece amorfo. Porém, não há Corona, o mexicano, há Diáz, o colombiano. Vertical, velocíssimo e incisivo na hora de rematar à baliza adversária, o 7 dos portistas é uma delícia. Na jornada anterior, em Alvalade, desgastado por imensas viagens ao serviço da Colômbia, chegou a parecer ausente. Mas era ausência parcial, espécie de lay-off futebolístico. De repente, fez o que tão bem sabe fazer e que toda a gente sabe que ele faz muito bem: pegou na bola sobre a esquerda, cortou para dentro, deixou Neto e Coates sem reação e rematou cruzado para o empate dos dragões. Golaço em casa do campeão nacional executado pelo melhor jogador das primeiras cinco rondas do campeonato.
N ÃO se sabe o que será o resto do campeonato. Um resto que tem mais 29 jornadas. Pode haver surpresas; pode reaparecer o goleador Pedro Gonçalves; pode Sarabia saltar para o patamar que tem mostrado na seleção de Espanha e, embora menos consistente, no PSG; podem Yaremchuk, João Mário ou Rafa Silva, por exemplo, disparar para níveis superiores; pode Ricardo Horta continuar a levar o SC Braga às costas. Para já, no entanto, num teórico onze das primeiras cinco jornadas, era Luis Díaz e mais dez.
H Á sempre um mas nestas coisas. E o mas, claro, tem que ver com aquilo que movimenta o Mundo: euros, rublos, rands, dólares e, sobretudo, libras esterlinas. Portugal exporta (felizmente) cortiça, calçado e vinho, por exemplo, mas exporta (infelizmente) demasiados futebolistas. Luis Díaz está em fila de espera para ser transferido para um dos tubarões europeus. Há muitos excelentes jogadores por Inglaterra, Itália, Alemanha, Espanha e França e, tarde ou cedo, um deles (infelizmente) terá outro: LD7.