Jogos decisivos aguardam o Benfica

OPINIÃO22.11.202105:55

Defrontar defesas compactas com escassa presença na área contrária é meio caminho andado para o sobressalto...

OBenfica-Paços de Ferreira acabou por revelar-se um extraordinário laboratório para as experiências de Jorge Jesus. Há muito que venho alertando neste espaço para a inadequação da forma de jogar do Benfica, tendo em vista a generalidade dos adversários que enfrenta. O futebol que Jesus trouxe do Brasil e implementou na Luz carece de objetividade, é escasso em intensidade e torna demasiado confortável a vida de muitas equipas que defrontam os encarnados. Trata-se de uma espécie de tiki-taka, que comete o pecado de não ter, entre os executantes, nem Xavi nem Iniesta, nem Bernardo nem De Bruyne. Ou seja, é demasiadas vezes jogado apenas para o lado e ainda mais para o lado, sem fazer mossa na turma contrária, que mesmo marcando à zona é capaz não só de conter as iniciativas do Benfica, bem como de acionar ações incisivas de contra-ataque.
Nem todos os adversários encaram o Benfica olhos nos olhos - Barcelona e SC Braga foram exceções - e a forma ágil como os encarnados surpreendem quem se expõe não se vê sempre que as defesas se apresentam fechadas.
O jogo com o Paços de Ferreira, para a Taça de Portugal, mostrou, de forma cristalina, as duas faces da moeda benfiquista. A primeira, mais elaborada e menos assertiva, permitiu a criação de algumas oportunidades de golo, mas terminou com a equipa de Jorge Jesus em desvantagem. Foi preciso que o Benfica apostasse em dois avançados - Seferovic e Gonçalo Ramos - apoiados por um meio-campo que foi pressionante na disputas das segundas bolas, para desmontar e destruir a organização defensiva dos castores. Com este desenho, do ponto de vista dos encarnados, ganharam todos, de Rafa a Everton, passando pelos laterais, e até pelos centrais, menos confusos em 4x4x2.
Os melhores anos de Jesus no Benfica foram escritos com duplas de avançados, que, embora tendo mobilidade, não desertavam da zona de decisão. Cardozo e Saviola, Cardozo e Rodrigo, Cardozo e Lima ou Jonas e Lima fizeram estragos nas defesas compactas que deviam travar a turma da Luz. Se, em jogos contra equipas essencialmente defensivas, JJ persistir em atafulhar a esquerda com Grimaldo, Everton e Nuñez, abdicando de uma presença ameaçadora na grande área, muitos dissabores estarão à espera do Benfica.


ÁS – COLLIN MORIKAWA 

Aos 24 anos, e já depois de ter conquistado dois majors, Morikawa, nascido em Los Angeles, tornou-se no primeiro norte-americano a vencer a Race to Dubai. A vitória de ontem, no Jumeirah Golf Estates, foi a cereja no topo do bolo. Desta vez, sim, parece estar encontrado o verdadeiro sucessor de Tiger Woods... 
 

REI – XAVI HERNÁNDEZ 

O novo treinador do Barcelona, que foi o motor do tiki-taka de Guardiola (Iniesta era o cérebro), estreou-se em Camp Nou com uma vitória no derby frente ao Espanyol. É verdade que a primeira parte foi melhor que a segunda, e o golo nasceu de um penalty manhoso, mas ganhar é sempre ganhar. Segue-se o Benfica. 
 

DUQUE – HÓQUEI EM PATINS 

O Europeu de Paredes passa à história como uma das páginas mais negras do hóquei em patins. Além da pantominice do França-Espanha, não houve jogo para o terceiro lugar (Portugal-Itália) porque, com dois casos positivos na seleção lusa, os transalpinos recusaram-se a fazer testes rápidos. Uma tristeza!