‘Ik zeg geen vaarwel

OPINIÃO31.08.201904:00

É, segundo o google, a tradução holandesa dos primeiros versos de uma conhecida e bonita canção -  No te digo adios!


Seguindo (mais ou menos) a letra da canção, e adaptando-a, tanto quanto possível, a alguém que acaba de deixar o meu clube, diria:
Não te digo adeus,
Mas até sempre
E embora tenhas sido empurrado
Sei que nunca te esquecerei
Fica uma canção que me fala de ti
E por isso, não te digo adeus.
Obrigado não parece suficiente
E me soa um pouco triste
É melhor rir
Recordar as palavras de Bruno Fernandes
É a forma de ires mais feliz.
Por tudo o que compartilhamos
Os momentos que vivemos
Nada nos vai separar
Só porque te abriram a porta
Para ires para outro lado
Receber o teu salário
Que livremente acordámos
No dia que regressaste
E por isso não te digo adeus
Nunca mais
Recordar teus golos para sempre
É saber que entre nós estarás
Contudo não mais te encontrarei
Apenas a nossa canção
Somente para ti
E por isso não te digo adeus!

Foi em 2018, com ou sem justa causa, quase disseste um adeus definitivo às gentes leoninas. Foi por ocasião dos acontecimentos de Alcochete, um marco negro na história do Sporting Clube de Portugal. A tua imagem de vitima concreta desse cobarde e miserável ataque perdurará na nossa memória como o símbolo vivo do que aconteceu nesse dia, cujas consequências passadas, presentes e futuras são ainda uma incógnita. Perdurará mesmo para além das nossas vidas terrenas. Só isto - e não é pouco - deveria merecer mais respeito.


Mas não deixaste apenas essa imagem. Deixaste uma outra, com a cabeça ligada por causa dos ferimentos, disputando a final da Taça de Portugal desse ano, também de amarga memória para todos nós.


Mas foste muito mais, não só para mim, como para milhões de adeptos do Sporting Clube de Portugal: um grande (em todos os sentidos) profissional. Sobretudo, deixaste a imagem de um goleador fantástico, comprometido com a equipa, que festejavas com genuína alegria os teus golos e os dos teus companheiros e as suas assistências. Sobretudo os mais jovens. Ainda tenho na retina a imagem da maneira como festejaste um golo do Gelson, que te saltou para o colo, como um filho salta para o colo do pai!


Não te conheci pessoalmente, mas posso-te dizer que sempre tive uma grande admiração por ti, e pese embora a minha idade, foste um dos meus ídolos mais recentes.


Sempre gostei muito dos avançados holandeses e sempre o apreciei a partir do momento em que seguia os seus jogos pela televisão, incluindo os jogos com o Sporting.


Nem queria acreditar quando o Sporting Clube de Portugal manifestou interesse na sua contratação, e menos ainda, quando, efetivamente, o contratou! Fiquei feliz e orgulhoso, como feliz e orgulhoso fiquei com as suas performances ao longo destes anos, que o colocaram na galeria dos grandes goleadores do Sporting Clube de Portugal e do campeonato português.


Tudo isto foi esquecido pelo cobarde dono de um cinto com uma fivela. Foi uma agressão física e moral a quem o não merecia. Nem ele, nem a sua família, que bem se sentia no clube e no país!


Nunca vou esquecer -  a par das boas memórias -o momento em que tomei conhecimento da sua rescisão. Foi verdadeiramente doloroso esse momento, pelo que significava e significaria na vida do Sporting.


Não será o momento de julgar com rigor e isenção o trabalho da Comissão de Gestão, e, particularmente, no que à SAD diz respeito, a gestão de Sousa Cintra e a sua importância na recuperação dos jogadores. Para alguns se calhar não deveria ter recuperado ninguém, porque feito o balanço da época transacta, no positivo Sousa Cintra não teria tido qualquer participação, ficando-se por responsável do negativo.


Por mim, não faço esse julgamento para já, e pouco me importa saber se foi ou não verdadeira a sua afirmação de que não teria feito exigências quando revogou a sua decisão de rescisão contratual. Acho que o Sporting necessitava, naquele momento, de uma lavagem na sua autoestima, e a recuperação daquele jogador, como a de Bruno Fernandes, era absolutamente indispensável, não digo fosse a que preço fosse, mas justificava sacrifícios financeiros.


Devo, de resto, afirmar, sem timidez, nem receio, que a sua dispensa não é, em minha opinião, uma questão meramente salarial, porquanto, se assim fosse, não ter sido tratada em tempo competente a questão da sua substituição, constitui enorme incompetência. E ser ele a vítima dessa preocupação salarial é ridículo quando pagamos salários a pessoas que nem o mínimo mereciam, porque, na realidade, não fazem esse mínimo. Havemos de perceber um dia os resultados a as razões desta politica de desvalorização dos activos, realmente, activos e jogadores de futebol de qualidade!


Em 2018 mandaram-no embora à fivelada! Mas ele regressou ... para agora ser empurrado! Fisicamente, não tenho dúvidas da dor causada por aquele objecto. Mas este empurrar canhestro doeu muito mais moralmente. Pela minha parte que me desculpe, porque sinceramente não o merecia. Mas é assim a vida: regressaste pela porta e ... sais pela varanda!...
Não te digo adeus, mas até sempre!
NA NA NA NA NA BAS DOST!

‘Bedroge’

Neste vai e vem de sai e não sai, este ano ou para o ano, de necessidade de emagrecer, agora ou em Janeiro, parece ser uma realidade a saída de Bruno Fernandes, que fez mais uma demonstração de carácter com as palavras sobre Bas Dost, o que me faz pensar que, ao menos, no balneário se respira saúde e não se deixa contaminar.


Estamos a três dias de encerrar o mercado e entre possíveis saídas e eventuais entradas, fala-se em muitos nomes, mais ou menos complicados, nacionais ou estrangeiros. Alguém me soprou ao ouvido o nome ‘bedroge’.


Confesso que o meu coração palpitou, e corri à internet para tentar saber algo sobre esse pretenso ponta de lança holandês. Desiludi-me depois de insistemente procurar. Foi mais uma vez o google tradutor que me esclareceu - ‘bedroge’ significa ENGANADO!