Há verdades que custam ouvir, eu sei…
Portugal está perto de concretizar a ultrapassagem à Rússia no ranking de clubes da UEFA, e essa circunstância significará um maior desafogo na Liga dos Campeões a partir de 2020/2021. Mas, como nem tudo o que luz é ouro, considerando apenas a época em curso, o pecúlio do nosso país não tem sido famoso (não temos feito muito, mas os russos ainda fizeram menos...), e há países, nomeadamente a Holanda, a que devemos estar atentos.
Mas, o que falta às equipas portuguesas, que têm falhado contra adversários que não são do primeiro mundo do futebol? Na última semana, apenas uma vitória lusa nas competições europeias, e mesmo assim caída do céu aos trambolhões, merece reflexão. O Feyenoord é melhor que o FC Porto? Não creio. Mas foi capaz de compensar, em intensidade, o que lhe faltava em argumentos individuais. Os holandeses correram sempre muito, e bem, tapando linhas de passe e dificultando as saídas de bola. E não tiveram apagões, mantiveram-se concentrados (ao contrário dos dragões) e acabaram por justificar a sorte que os bafejou em dois ou três lances. Não ficaram à espera da sorte, preferiram ir à procura dela...
E o Benfica? Intensidade, nem vê-la. Concentração competitiva? muito escassa. E aquilo que chega para ganhar ao Moreirense ou ao V. Setúbal, não é suficiente para ultrapassar qualquer equipa média-baixa da Liga dos Campeões.
Já o Sporting, a viver um momento muito particular, arriscou-se a sofrer um amargo de boca histórico, mas lá acabou por ser feliz, embora ninguém tenha dúvidas do banho de bola que levou, especialmente na primeira parte.
O SC Braga empatou onde devia ter ganho e o V. Guimarães foi demasiado curto para o Eintracht.
Mete-se pelos olhos dentro a diferença de ritmo dos jogos da nossa Liga e os das principais ligas europeias, Holanda, que está novamente em alta, incluída. Em Portugal os jogos não têm a intensidade que se vê noutras paragens, há muitos momentos de faz de conta e, depois, os confrontos com adversários habituados a alta cilindrada, mostram que o rei vai nu. Eu sei que a Liga não gosta que se diga isto, mas enquanto os clubes não centralizarem os direitos televisivos e passarem a olhar o futebol com outras lentes, continuaremos a ficar mais longe do primeiro mundo do futebol.