Futebol deve estar grato a Portugal
A Liga dos Campeões de 2019/2020 chegou ao fim com a vitória do Bayern de Munique, principal favorito da Final 8, histórico no atropelamento por 8-2 ao Barcelona, e justo vencedor de um PSG que mostrou ter qualidade e caráter para ter estado no palco de Lisboa. Num contexto de crise, com a pandemia a marcar negativamente a vida de todos, o futebol europeu teve o supremo mérito de encontrar forma de não se deixar abater e a Federação Portuguesa de Futebol está de parabéns por ter sido parte da solução, na altura certa, ajudando a UEFA e passando, para o exterior, uma imagem de Portugal de país sério e responsável, que soube estar à altura das responsabilidades que assumiu. Por onde andarão agora os tudólogos que, mal ouviram falar em futebol gritaram Aqui d’El Rei que o país ia ser infetado por hordas de bárbaros vindos dos locais mais covidianos da Europa? A verdade é que tudo decorreu com a normalidade esperada, sem défice de competência, mostrando que na Cidade do Futebol há quem pensa fora da caixa. Assim fosse em todos os setores da vida nacional, o que infelizmente não acontece, em boa parte devido a uma mesquinhez que não é de hoje - e quem tiver dúvidas que pegue nos Lusíadas e veja qual a última palavra do épico de Camões - e este País estaria bem melhor...
Da final da Luz, há que dizer que foi um belíssimo jogo de futebol. É curioso como os jogadores, que logo após o desconfinamento deram mostras de desconforto por jogarem sem público, se adaptaram à nova realidade, atingindo performances altíssimas, como ontem foi possível constatar. Os adeptos são insubstituíveis, e quanto mais depressa regressarem aos estádios, melhor. Mas há que ter a frontalidade de dizer que, nestes tempos tão complicados, quem salvou o futebol foi a televisão, sem a qual a pancada seria incomensuravelmente maior.
Com a entrega da Taça da Liga dos Campeões a Manuel Neuer, encerrou-se, a 23 de agosto de 2020,a temporada de 2019/2020, a mais longa e a mais estranha de todos os tempos. E a verdade é que ninguém sabe muito bem como será 2020/2021: com público ou sem público? Com interrupção invernal no hemisfério norte por causa de uma eventual segunda vaga pandémica?
Oxalá 2020/2021 passe à história como a época da vacina...
pela porta dos fundos...