Futebol de 11 sénior masculino

OPINIÃO17.06.201904:06

Não se sabe como terminará a Copa América. Sabe-se que o resultado mais marcante até ao momento foi alcançado por uma seleção treinada por um português: a Colômbia de Carlos Queiroz. Os cafeteros bateram a Argentina por 2-0 e fizeram estremecer, de novo, a autoestima de Messi enquanto jogador de seleção. O supercraque argentino esteve em quatro Campeonatos do Mundo (2006, 2010, 2014 e 2018) e em cinco Copas Américas (2007, 2011, 2015, 2016 e 2019), mas ainda nada venceu com a camisola azul celeste. O melhor foram quatro segundos lugares (2007, 2014, 2015 e 2016). Não é preciso ganhar um Mundial, como fizeram Pelé (1958, 1962 e 1970), Beckenbauer (1974), Maradona (1986), Romário (1994), Zidane (1998), Ronaldinho e Ronaldo (2002) ou Xavi e Iniesta (2010) ou um Europeu, como Platini (1984) ou Ronaldo (2016), para figurar entre os melhores dos melhores dos melhores. Mas ganhar uma Copa América seria uma cerejinha em cimo do bolo confecionado por Messi nos últimos 15 anos.

Não se sabe quando Carlos Queiroz terminará a sua carreira de treinador. Sabe-se que, para já, está para lavar e durar. Não é preciso ter vencido um campeonato em Portugal, como fizeram Mário Wilson (1976), José Maria Pedroto (1978 e 1979), Artur Jorge (1985, 1986 e 1990), Toni (1989 e 1994), António Oliveira (1997 e 1998), Fernando Santos (1999), José Mourinho (2003 e 2004), Jesualdo Ferreira (2007, 2008 e 2009) ou Jorge Jesus (2010, 2014 e 2015) para que Queiroz integre o lote de melhores treinadores portugueses. Quem qualifica quatro seleções para uma fase final de um Mundial (África do Sul-2002, Portugal-2010, Irão-2014 e Irão-2018) tem de ser  grande treinador. Queiroz tem defeitos como todos nós. Mas é também um dos primeiros arquitetos do futebol português dos últimos 30 anos.

Não se sabe qual o impacto que terá na cabeça de muitos de nós a forma como foram disputados os cinco jogos do play-off de futsal. A negra, então, teve tudo aquilo que têm os grandes espetáculos desportivos: intensidade, velocidade, alternância no marcador e, sobretudo, desportivismo a toda a prova. A forma como os 21 jogadores disputaram cada lance como se fosse o último das suas vidas sem colocarem em risco a integridade física dos adversários e a forma como os dois treinadores souberam respeitar-se em todos os momentos merecem ser realçadas. O Benfica venceu (e bem), o Sporting perdeu (e bem), mas outro grande vencedor foi a modalidade. Bonito (mais bem improvável) seria que o campeonato de futebol de onze sénior masculino seguisse o mesmo exemplo.