Festa do título mais perto dos Aliados
Esta é uma má época da arbitragem portuguesa, com juízes que não percebem o jogo e VAR que desperdiçam uma excelente ferramenta
D EPOIS de ultrapassar o obstáculo de Guimarães, o FC Porto está muito perto de se sagrar campeão nacional. Basta-lhe, independentemente do que o Sporting venha a fazer, vencer, no Dragão, Portimonense, Vizela e Estoril, e somar um dos seis pontos que irá disputar à Pedreira e à Luz. É evidente que Sérgio Conceição irá tocar, até à exaustão, a tecla que diz que «nada está ainda ganho», mas a verdade é que, de fininho, os dragões podem ir encomendando as faixas, ao mesmo tempo que planificam a festa na Avenida dos Aliados.
O sucesso do FC Porto, na frente interna, tem um rosto: Sérgio Conceição. Sendo verdade que no futebol ninguém ganha nada sozinho, o técnico azul-e-branco foi capaz de transformar numa excelente limonada os limões amargos que a administração da SAD lhe foi dando, o mais significativo dos quais a saída de Luis Díaz, melhor jogador do clube e da Liga, que rumou a Liverpool a preço de saldo. Sérgio, logo que perdeu Díaz, imediatamente percebeu que a manta ia ser curta para as ambições na Liga Europa, mas adequou os ativos que restaram para formar uma equipa que chegasse para as necessidades da frente interna. Até ver a missão está no bom caminho e do seu sucesso poderão resultar condições para, finalmente, sonhar com a construção de uma equipa mais bem apetrechada.
P OR considerar que as presentes condições da arbitragem portuguesa nada têm a ver com os idos do Apito Dourado, e por não querer cometer a injustiça de comparar incompetência com desonestidade, tenho procurado, nas análises, dar primazia às carências e defeitos de cada clube, sem explicar os resultados com o trabalho dos árbitros. Mas há que reconhecer que temos tido uma época de enorme insuficiência por parte da arbitragem, com influência direta em muitos resultados. Enquanto o Conselho de Arbitragem optar por tapar o sol com uma peneira, fazendo orelhas moucas às críticas fundamentadas, e aos costumes, dizendo nada sempre que se justifica uma explicação, e a realidade nua e crua mostrar-nos uma tremenda inaptidão da generalidade dos árbitros, que não têm sensibilidade para perceber o jogo, a que se junta a tragédia que são os VAR, que usam de forma canhestra uma ferramenta excecional, mal iremos, mal estaremos...
ÁS - SÉRGIO CONCEIÇÃO
Absolutamente notável o recorde de invencibilidade na Liga que acaba de assinar como treinador do FC Porto. São 57 jogos seguidos sem conhecer a derrota, mais a mais nas condições periclitantes que os dragões têm conhecido desde que caíram sob a alçada do fair play financeiro da UEFA. Conceição está de parabéns.
DUQUE - PINHEIRO/COSTA
O árbitro e o VAR do V.Guimarães-FC Porto conseguiram ver penáltis, primeiro numa simulação mal feita de Taremi, e depois num lance em que o avançado iraniano procurou o contacto com um estático Varela. Se a arbitragem não reconhecer que tem um problema grave, esta será uma causa perdida...
DUQUE - CRISTIANO RONALDO
O Manchester United, que tem o Teatro dos Sonhos como casa, tem transformado em Teatro dos Horrores (futebolísticos) os palcos por onde vai passando. Mas, por mais frustração que sinta, CR7 não pode reagir como fez após a derrota em Goodison Park, frente ao Everton. De Cristiano não só se espera mais, como se exige mais.