‘Estofo’ decide
PONTA final, empolgante mano a mano pelo título (!), conquista da Taça de Portugal, acumulação de esforços por mais prestígio e dinheiro na Europa (FC Porto e Benfica), cerradíssima luta contra despromoção… Estão a chegar as grandes decisões. Inadiável definição de… estofo! Técnica e taticamente, sem dúvida; creio que ainda mais na força mental e em duas capacidades que muitos confundem: a física (sobretudo fôlego/resistência a tremendo desgaste) e a atlética (estatura, peso, poder de choque - aí onde, amiúde, a par da técnica, ressalta a diferença de faltar, ou não, o tal bocadinho assim…).
ALVALADE mediu estofo para entrada na gala do Jamor. Em noite de tudo por tudo, Sporting ressuscitou - e fê-lo, sobretudo, por ter Bruno Fernandes. Garra de capitão à séria, superclasse de predestinado, já conseguira levar da Luz para Alvalade o tempo da decisão e ei-lo, sistematicamente esplendoroso como nenhum outro em Portugal, aplicando xeque-mate. Há esperanças com talento e há esta certeza: Bruno Fernandes - meses a fio, levando a equipa ao colo. Crucial extra a mais Sporting, que pôde preparar todas as suas forças para ataque neste jogo, do que Benfica, muito contido, creio que fisicamente muito desgastado. Daí que… Benfica em alto risco de nada ganhar.
NÍVEL de estofo do SC Braga faliu nos dias D: 6-2 na Luz (!), 3-0 em Alvalade (!), 3-0 no Dragão (Taça de Portugal), 2-3 no derradeiro sim ou sopas (em casa, perante FC Porto) e… adeus a 7 pontos de avanço que teve sobre o Sporting!
Sim, até no tangencial desaire do último sábado, bracarenses com esse notório défice: 2 vezes em vantagem - logo a abrir o jogo e a 2.ª parte, aproveitando clamorosas fífias portistas… -, mas, tirando 10/12 minutos na soma desses curtíssimos períodos, equipa retraidíssima, aflita para travar flagrante superioridade do FC Porto e… com grande descontrolo emocional nos 3 brindes fatídicos: estapafúrdia cedência de canto (!) para o 1.º golo sofrido (Bruno Viana -muito bom central, friso) e 2 penáltis - se é que não foram 3… - cometidos pelo mesmo jogador (Claudemir). Descontrolo com extra de gravidade no treinador, cedo se sujeitando à 4.ª expulsão! Depois, na 2.ª mão da Taça, viu-se outro SC Braga: enfim, atrevido - mas o FC Porto prescindiu de 7 titulares…
«ESTOFO» do FC Porto, fisicamente em quebra, mas mantendo o seu trunfo n.º 1: poder atlético como nenhuma outra equipa em Portugal. E, crucial!, forte mentalidade para reagir a sucessivos empates (V. Guimarães e Moreirense), pouco depois seguidos pelo gelo da derrota, em casa, com o Benfica… - valendo perda de liderança.
Para além da alta qualidade dos jogadores (capitão Herrera, um gigante, mandando às malvas críticos portistas!) e do líder técnico, é sobretudo na alma para sair de crises que se avalia estofo.
CAOS na arbitragem. Crescente, já exorbitante, quantidade de erros crassos. Enormíssima agravante: vai para 2 anos que a FPF teve o rasgo de ser pioneira no VAR. De tão preciosa ajuda tecnológica sempre fui firme defensor - e desejo continuar sendo. Porém, que desilusão quando os árbitros no VAR são tão medíocres, ou mesmo maus, quanto os que estão em campo! Só no último sábado: do penálti incrivelmente não assinalado sobre Samaris e a não expulsão de Taarabt (Carlos Xistra e Hélder Malheiro) à absurda expulsão de Ristovski, mais o não visto penálti de Acuña (Manuel Mota e Vasco Santos), admitindo minha ilusão de ótica em eventuais penáltis de Claudemir e de Corona (Jorge Sousa e António Nobre). Prémio para Manuel Mota: de imediato, decisão de meia-final. Ele e o VAR (Rui Oliveira) de novo… estimo melhoras.
Isto sem esquecer anteriores, e muitas, calamidades, vide penálti a favor do Rio Ave, no último minuto em Braga (1-1), clamoroso e não punido por Tiago Martins (!), ou uma primorosa arbitragem de Fábio Veríssimo. Ah!, o Benfica pôs-se a jeito, leva com fatura dos seus erros: no subconsciente de vários árbitros, benefícios de dúvida passaram para o FC Porto. Evidente!
Tal como no último Mundial, não haverá árbitro português em campo no Europeu (Artur Soares Dias será VAR). Temos 2 bons árbitros (Soares Dias e Jorge Sousa) e, creio, outro a caminho de se afirmar (Luís Godinho). Depois, Hugo Miguel. O resto… - talvez me esqueça de alguém - uns são proveta, outros têm pura falta de jeito. Isso não ser camuflado nem pelo tecnológico VAR é o que mais provoca caos!