Esperemos que chegue para a Taça da Carica...
Mocidade intensa
O rapaz da foto foi o vencedor da prova dos 5000 metros no recente Meeting de Rabat da Liga Diamante. Chama-se Edward Pingua Zakayo, é queniano e representa o Benfica. Segundo os papéis tem 17 anos. É ainda só uma promessa. Mas se amadurecer bem terá um longo futuro pela frente.
Jesus e Pelé
A história veio contada nos jornais. Durante um treino do Flamengo, um funcionário do clube tratou o técnico luso por «Jesus», o que levou este a corrigi-lo de imediato: «Jesus, não. O meu nome é Jorge, mas pode-me chamar de mister.» Aliás, o próprio já havia dito explicitamente que apesar de ser Jesus não tinha poderes para fazer milagres. Esta situação faz-me lembrar uma velha estória carioca que assim reza: era uma vez alguém que se anunciava capaz de converter um livre directo colocando a bola numa ponta da Lagoa Rodrigo de Freitas e a baliza na extremidade oposta. Foi interrompido pela seguinte dúvida cartesiana de um qualquer céptico: «Mas quem é que esse cara julga que é? Jesus?». Logo outra voz se interpôs peremptoriamente, pondo assim termo à discussão: «Não, pensa que é Pelé.»
Baldé, Cátio
NÃO sei se o senhor Baldé, Cátio Baldé, também é, nos seus tempos livres, cartomante, adivinho ou até bruxo. Só sei que se diz empresário de jogadores e é um mestre da oratória, da retórica, da lógica e da dialéctica. Atente-se, a título de mero exemplo, na quase indetectável subtileza que envolve a suprema elegância com que se dignou explicar a inesperada transferência de um seu, digamos, representado: i) «por razões várias», ii) «isto é futebol», iii) sem «grandes pormenores». Tomaram todos em devida conta a aparente, mas eloquente, dissonância entre «grandes» e (por)«menores»?
E agora quem nos segura?
APÓS um defeso glorioso como jamais - embora, naturalmente, um bocadito carote - o FC Porto vai, já no próximo dia 1, iniciar a nova época numa condição em que a reconquista do título será uma mera formalidade. Não são necessários quaisquer argumentos para justificar tal enunciado. Basta lembrar que o trabalho de casa está todo feito e bem feito. Não há pendências. Empréstimos, promoções, aquisições, dispensas e vendas são tudo casos resolvidos. Mas o destaque tem de ir para a prodigiosa lista de reforços, a qual compreende os guarda-redes Buffon, Navas, Anthony Lopes, Benitez, Koubek, Jean Butez, Dominik Grief e Muhammed Sengezer (porventura um lote talvez excessivo face às reais necessidades, mas é o estilo da casa), os defesas Saravia, Marcano e Oza Kabak, os médios Ntchan, Victor Cantilla, Léa-Silik e Pedrinho, aos quais se juntam ainda os avançados Bruma, Luis Díaz, Roger Guedes, Pavón, Zé Luís, Nakajima, Bruno Tabata, Matías Vargas e Pedro (não, não há repetição, o Pedro e o Pedrinho são jogadores totalmente diferentes). Esperemos que chegue para - finalmente! - conquistar um troféu inédito na história do clube: a Taça da Carica…
O nome e a coisa
Atoponímia goza de uma criatividade que nem a mais febril imaginação consegue superar. Por exemplo, só nas cercanias da minha casa no barrocal algarvio é possível encontrar placas identificativas de lugares com nomes tão fascinantes como Coiro da Burra, Mar e Guerra, Bengado, Pechão, Moncarapacho, Desbarato, Barrabés, Barracha ou Pocilgais. Por outro lado, tenho a mania de não apreciar peixes com nomes que não me soam nada bem, como sejam os casos da cavala, da bica, da ferreira, da anchova, do congro, do goraz, do arenque, do badejo ou do bagre. Isto para não mencionar já espécies que nunca provei e que atendem pelos incríveis nomes de cirurgião-pateta ou frade-de-rabo-de-andorinha. Mas também no desporto nacional encontramos agremiações com uma nomenclatura algo bizarra, de que são bons exemplos o Fonte Bastardo e o Clube K, no voleibol, ou o Modicus-Sandim, os Leões de Porto Salvo, o Quinta dos Lombos e o Burinhosa, todos no futsal, o A-dos-Francos no futebol feminino, o Galitos no basquetebol, o Águas Santas no andebol ou o Turquel e o Riba d´Ave no hóquei em patins.