Dois anos depois e muitos milhões desperdiçados...

OPINIÃO17.04.202004:00

Diogo Leite & Tomás Esteves

Não falando já no caso especial de Gonçalo Paciência, só nos últimos anos foram vendidos três jogadores de grande nível feitos nas escolas do Dragão: Rúben Neves, André Silva e Diogo Dalot. Este último foi o dano menor, até porque apenas realizou uma dúzia de jogos como titular. O segundo deu origem a uma excelente operação financeira e desportiva. Já a transferência do primeiro foi das coisas mais dolorosas que o clube e os seus adeptos tiveram de suportar. Agora, tanto quanto tem sido (pré)anunciado, o próximo a percorrer os trilhos do êxodo será Diogo Leite, o qual está num estatuto deveras similar ao de Diogo Dalot, com a diferença de a vaga que assim se vai abrir poder - e dever - ser de imediato (mais do que) compensada com o regresso a casa de Diogo Queirós. Aliás, ambos fizeram exactamente o mesmo caminho, em paralelo, tendo formado dupla em todos os escalões de formação.

Perfil diferente assume a particular situação de Tomás Esteves. Não só porque é ainda mais jovem do que os citados, como goza de todos os atributos exigíveis para a função de lateral de topo. Isto quando, nas últimas épocas, foram contratados uns quantos pretendentes ao lugar de defesa-direito. Debalde. Dois anos depois da saída de Ricardo Pereira, e muitos milhões de euros entretanto desperdiçados, o posto continua sem dono. E Tomás Esteves continua sem sequer estrear-se. Muito provavelmente porque o clube não conseguirá renovar o seu contrato. Siga a saga.

Da competição na virtual realidade

Vivemos um fenómeno único. Não porque a Humanidade não tenha já sofrido a dor e o sofrimento de uma pandemia. Mas pela primeira vez - primeira vez! - desde a invenção de todas as modalidades desportivas contemporâneas, o mundo inteiro vive sem nenhuma - nenhuma - disciplina desportiva em curso. Do automobilismo ao golfe, do bilhar ao ciclismo. Mas todas as regras comportam a sua excepção. Sendo que esta não reside na realidade virtual, criada como exibição de um universo irreal, mas numa virtual competição real. Expliquemo-nos. Na impossibilidade de as corridas de Moto GP se desenrolarem no asfalto abrasivo dos autódromos, os pilotos desta disciplina travam as suas lutas - eles mesmos, não um qualquer duplo - na frieza de uma consola electrónica. Coincidência espantosa: nas duas provas já realizadas os respectivos vencedores pertencem ao restrito lote de virtuais triunfadores das provas reais. 

O que é o lítio?

Há quem acredite que é o lítio o elemento que permite ao cérebro, enquanto processador químico, segregar a distinção entre o bem e o mal. Mas o que é o lítio, afinal de contas? Segundo a melhor definição, o lítio (do grego lithos, que significa pedra) é um elemento químico, cujo símbolo é Li, com o número atómico 3 e massa atómica 7 u, que contém na sua estrutura 3 protões e 3 electrões.

É o mais leve dos metais (a sua densidade equivale a cerca de metade da da água).  Mas, assim sendo, isto é, mesmo que tal enunciado fosse inquestionável, sobra ainda uma questão para responder. Esta: se é o lítio quem permite ao Homem conhecer o ponto exacto das coordenadas da bifurcação onde se separam as vias que conduzem ao bem ou são levadas pelo mal, então o quê ou quem será responsável pelo selecção de um caminho ou do outro?

Entrevista imaginária

Quantos apanha-bolas é que há em cada jogo?

- Quantos se queira. No limiar mínimo, nenhum. No máximo, não há máximo.

Porque é que os campos não têm todos, obrigatoriamente, as mesmas medidas?

- É assaz estranho, não é? Mas não vale a pena levantar ondas, foi de certeza alguém muito inteligente quem o propôs e não menos sensatos e lúcidos aqueles que superiormente o aprovaram.

Quais as funções dos quartos de círculo, dos meio-círculos e do círculo central?

- Um ensaio de resposta a tal questão implicaria uma complexidade de lógica e trigonometria de tal ordem que o melhor é mesmo ficarmo-nos pela crua verdade dos factos: basicamente, e em última instância, não servem para nada, absolutamente nada.