Diferenças competitivas
Quando as nossas equipas jogam competições internacionais, e defrontam adversários das Ligas mais poderosas, observa-se, por norma, o inverso do que essas próprias equipas lusas sentem quando defrontam adversários mais modestos em Portugal. A intensidade do jogo, uma vantagem interna, deixa de o ser no confronto europeu. Isso deve obrigar-nos a pensar em soluções para aumentarmos a intensidade que cada equipas emprega ao jogo.
Claro que ter na sua estrutura jogadores de maior capacidade é um elemento decisivo para vencer, mas se a isso juntarmos a intensidade das suas ações, defensivas e ofensivas, temos quase sempre encontrada a equipa vencedora. Óbvio que existe uma componente aleatória num jogo de futebol, mas se o nível entre os intervenientes for aumentado pelas razões expostas anteriormente, esses factores são minimizados. E é isso que dá interesse ao jogo, a incerteza no resultado final. Se a perdermos, perdemos muito mais do que um jogo de futebol.
Para que uma equipa de menor dimensão técnica, ou melhor, com jogadores de nível técnico inferior, possa vencer um opositor mais forte, não basta confiar nas questões de ordem aleatória. É preciso ter intensidade igual ou superior ao adversário, e fazer bem os trabalhos de casa. Isto é, ter preparado o jogo de forma a controlar os aspectos ofensivos do opositor, e vencer os pontos mais vulneráveis da sua estrutura defensiva. Nada acontece por acaso. Neste momento, parece-me claro que se trabalha bem em solo nacional, que temos qualidade humana, mas falta intensidade no jogo. É essa intensidade que nos poderá levar mais perto do topo. Temos que reflectir na forma de melhorar este aspecto para sermos mais competitivos. A discussão aberta, desde a calendarização às condições infra-estruturais, é um desafio para todos nós.