Dia de dérbi é sempre um dia especial
Que Benfica vai estar em Alvalade? O do empate no Dragão com o FC Porto ou o do empate na Luz com o Nacional? É que entre um e outro...
H OJE não é um dia como os outros, hoje é dia de dérbi! E que dérbi, com o Sporting a liderar a Liga, com quatro pontos de avanço sobre o FC Porto e seis sobre o Benfica, e a ser favorito (valha isso o que valer...) frente a um eterno rival que tem andado longe do que prometia, e se vê, ainda, em fase de convalescença, após um surto de Covid-19 que tomou conta do Seixal.
Estamos na 16.ª jornada do campeonato e a dezoito jogos do fim não há questões definitivas. Porém, se o triunfo sorrir à equipa de Rúben Amorim (e se o FC Porto derrotar o Rio Ave, no Dragão), ninguém duvidará de que as hipóteses do Benfica chegar ao título nacional ficam drasticamente reduzidas (leões a nove e dragões a cinco, é muito ponto...), e mesmo o segundo lugar, que dá acesso direto à Liga dos Milhões se torna por demais periclitante. Logo, sem dramatizar, conclui-se facilmente que o Benfica vai a Alvalade para jogar a época, o título, a Champions, a honra, a ambição e o prestígio. Tudo isto em 90 minutos, é obra! Mais a mais sem o boss Jorge Jesus por perto para apurar os sentidos e o sentido a cada jogador. Em resumo, o Benfica, que chumbou no primeiro exame, sem época de recurso, em Salónica, no início da temporada, o que lhe custou meia centena de milhões de euros, volta a ser examinado em situação de tolerância zero ao desaire. Mas, que Benfica vai estar em Alvalade? Do Sporting espera-se um rendimento mínimo garantido, por parte de uma equipa que se apoia num muito eficiente esquema defensivo, completado por ataques rápidos que tornam o conjunto de Amorim num perigo à solta para os adversários. E o Benfica, qual deles, o que jogou no Dragão ou aquele que empatou na Luz com o Nacional, vai apresentar-se no anfiteatro verde e branco? É que, entre um e o outro, qualquer semelhança é pura coincidência, o primeiro seria campeão destacado, o segundo nem à Liga Europa iria...
PS: Com João Palhinha fora do dérbi – o CD da FPF recusou-lhe a despenalização, pelas mesmas razões que há uns meses não despenalizou o quinto cartão amarelo de Otamendi - a suspeição voltou a subir. Porém, em vez de acusarem órgãos que aplicam normas, não seria mais avisado criarem normas que melhor servissem a justiça? A bola, como quase sempre, está do lado dos clubes.
Abel Ferreira
Como jogador sempre se mostrou mais atento ao que o rodeava do que a generalidade dos companheiros. Como treinador, cedo revelou qualidades, umas inatas, outras adquiridas, como aprender depressa (o erro que cometeu com Peseiro não voltou a repetir). Tem o mundo a seus pés. Que aproveite.
Breno Lopes
Produto da formação do Cruzeiro, Breno, 25 anos, teve dificuldade em afirmar-se no futebol brasileiro, por onde andou, de forma mais ou menos anónima, nos últimos anos. Abel Ferreira deu-lhe a confiança de que necessitava e o mineiro retribuiu com o golo, ao cair de pano, que valeu o triunfo na Libertadores...
Jesualdo Ferreira
No meio da tormenta, numa semana marcada por contestações e agressões, o Boavista foi vencer a Portimão e criou um oásis de esperança, de olhos postos na manutenção. Jesualdo Ferreira, Grande Mestre entre os treinadores, começou por apanhar os cacos e agora já está a colá-los.