Darwin, uma teoria sem evolução...

OPINIÃO13.06.202206:30

A oeste (da Europa) nada de novo. Os melhores jogadores são vendidos para equilibrar as contas. Vão-se os anéis, salvam-se os dedos...

HÁ uma frase, atribuída (subsistem dúvidas sobre a autoria…) a Albert Einstein, que assenta como uma luva aos dirigentes do futebol português: «Insanidade é fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.»
Veja-se este defeso, que está a seguir o rumo habitual de depauperação da I Liga, abrindo portas à questão alegadamente einsteiniana, sobre fazer igual e esperar diferente.

Se nada mudou, se os clubes não avançam para o aumento de receitas através da centralização dos direitos televisivos, se os horários dos jogos não são amigáveis para os adeptos, se não são implementadas políticas que encham as bancadas, se o quadro competitivo permanece obsoleto, por que razão haveria qualquer alteração ao paradigma há muitos anos institucionalizado, que passa pela venda, em alta, dos ativos mais relevantes, chegados pela via da formação ou da prospeção, para manter as contas mais ou menos equilibradas?
Obviamente que a venda de Darwin Núñez era irrecusável, assim como, pelas mesmas razões, Sporting, FC Porto e SC Braga não terão argumentos para evitar a saídas de quadros qualificados.

Este estado de coisas, que a cada ano que passa coloca os nossos melhores clubes mais longe da elite europeia, onde é possível fazer evoluir equipas, sem necessidade de vendas, coloca-nos perante um cenário preocupante no que respeita ao futuro na Liga dos Campeões, que será mais exigente a partir de 2024, por cedência (inevitável) da UEFA aos emblemas mais ricos. Provavelmente, se não houver uma alteração qualitativa do padrão vigente, no final desta década navegaremos entre a Liga Europa e a Liga Conferência, por certo com saudades do tempo em que ainda tínhamos voz na Liga dos Campeões.

Dito isto, há que sublinhar a capacidade dos clubes portugueses, que são campeões mundiais da valorização de jogadores. Os casos recentes de Luis Díaz e Darwin Núñez são paradigmáticos, e Matheus Nunes (que há poucos anos andava pelo Ericeirense) pode seguir-lhes as pisadas, deixando no cofre de Alvalade uma mais-valia impressionante, e um vazio desportivo difícil de preencher.

PS - Resolvido Darwin, o relógio benfiquista continua em contagem decrescente. Tempus fugit.
 

ÁS — FÉLIX DA COSTA

O piloto português, campeão do mundo de Fórmula E em 2020, e vencedor do Grande Prémio de Macau em 2012 e 2016, triunfou ontem nas míticas 24 Horas de Le Mans (categoria LMP2), num momento alto para o automobilismo português. De parabéns está também Henrique Chaves, vencedor em LMGTE Am.
 

ÁS — CRISTIANO RONALDO

O processo por alegada violação que perseguia, qual sombra negra, o capitão da Seleção Nacional desde 2009 nos tribunais norte-americanos, foi arquivado. A partir de agora, CR7 vira uma página que lhe causou danos reputacionais, enquanto que o advogado da acusadora foi condenado por conduta de má-fé. 
 

ÁS — RUI COSTA

O presidente do Benfica aproveitou, qual judoca, a energia colocada pelo adversário (Luís Filipe Vieira) no ataque para usá-la em proveito próprio e sair vencedor do combate. Reforçado internamente, Rui Costa tem em mãos a tarefa de reconstruir o futebol dos encarnados, num universo sem certezas absolutas.