Competições internacionais
Quando se pretende alterar, ou substituir, uma competição continental ou intercontinental, não podemos deixar de observar o calendário internacional estipulado pela FIFA. Hoje temos cinco datas como referência, e tem que ser a partir daqui que se vai perceber que espaço existe para modificar. Tendo sempre presente que os jogadores são o elemento mais importante do jogo. E que em muitas situações são os mesmos dos grandes clubes e das seleções.
No último mundial, 74% dos jogadores presentes jogavam em clubes europeus, e as cinco maiores Ligas ( Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e França) eram representadas por metade dos jogadores na Rússia. Nas meias-finais 90% dos disponíveis tinham contrato com clubes das 5 principais Ligas. Um dado importante para se perceber como é decisivo gerir os jogadores e as competições. Não podemos pretender que um mundial se jogue todos os anos, como não o podemos substituir por outra prova anualmente. Os campeonatos das confederações também ocupam o seu espaço, como a recente Liga das Nações. Isto, sem contar com a Taça das Confederações e o mundial de clubes, provas em vias de reformulação. O cuidado com que se deve abordar uma reestruturação implica analisar ao detalhe o calendário, ou melhor os diversos calendários, e a carga a que os mais importantes intervenientes estão sujeitos.
Aumentar o volume de jogos, ou concentrar muitos jogos num limitado período, tem consequências a avaliar. Torna-se imperioso chamar ao debate especialistas, nomeadamente treinadores, fisiologistas e metodólogos do treino. Não bastam estudos económicos sobre o incremento das receitas, é fundamental criar espaços de excelência que melhorem o quadro actual e sejam estáveis. A Liga das Nações é um exemplo da evolução que se adequa a este processo de crescimento. A componente desportiva sustenta todas as outras.