Bravíssimo Bruno e o mistério Jota

OPINIÃO28.02.202003:00

O Rei Aéreo

Quem é o jogador que, de entre todos os participantes nas cinco principais ligas europeias, ganha mais bolas em duelos aéreos? Será Virgil van Dijk, o central holandês do Liverpool, por muitos considerado o melhor defesa do mundo? Não, não é ele. Será então Sergio Ramos, o célebre capitão dos madrilistas? Ou talvez o seu parceiro na Roja, o catalão Piquet? Ou o titular da seleção inglesa Harry Maguire, agora no Manchester United? Ou ainda o experiente Bonucci ou o jovem De Ligt, ambos da Juventus? Nada disso. Não é nenhum deles. O troféu pertence a quem ganhou 87,3 por cento (!) das bolas disputadas nas alturas. O rei dos ares é, assim, de acordo com a crua verdade dos números que não mentem, um defesa de 38 anos que joga actualmente no Parma. O seu nome é Alves, Bruno Alves.  O antigo jogador do FC Porto participou, na época passada, em 34 jogos, tendo marcado quatro golos. Bravissimo Bruno!

Diogo Jota

Por uma qualquer razão misteriosa, e que por isso desconheço em absoluto, Diogo Jota persiste em não ter em Portugal um reconhecimento directamente  proporcional ao mérito que vem demonstrando de forma superlativamente consistente. Basta ver como por cá passou de modo quase encriptado a sua nomeação pela UEFA como melhor jogador da última jornada da Liga Europa.

O Sr. Peter Bosz

Oholandês Peter Bosz, treinador do Bayer Leverkusen, admitiu que tomaria uma decisão diferente da que foi adoptada pelo árbitro no jogo da primeira mão contra o FC Porto, relativamente ao lance da grande penalidade defendida por Marchesín e que, posteriormente, foi repetida, resultando então em golo. «O VAR veio para trazer verdade desportiva, mas eu não teria mandado repetir o penálti», reconheceu o técnico de modo lapidar. Senhoras e Senhores, eis um Senhor.

A táctica e o passado presente

Escrevi aqui que se o FC Porto ganhasse ao Vitória e o Benfica perdesse com o Braga o título seria entregue ao Dragão. A verdade é que, depois da eliminação da Liga Europa, ou melhor, nos termos em que a mesma se processou, confesso que fiquei inundado de dúvidas…
A propósito: quantos treinos fez a equipa em 3x4x3? Pergunto isto só para ver se compreendo a lógica subjacente às opções tácticas assumidas na segunda parte do último desafio contra o Bayer Leverkusen. É que, tanto quanto me lembro, o FC Porto não jogava com este modelo - do qual, aliás, gosto muito - desde os tempos de Co Adriansse. Que, de resto, até foi campeão a jogar assim…

Entrevista imaginária

- Então, está a gostar desta experiência de assistir pela primeira vez a um desafio de futebol ao vivo?
- Para ser totalmente franco, não sei bem… ainda não consegui entender porque é que o princípio da causalidade não funciona neste jogo…

- Desculpe… como assim? Qual é muito concretamente a sua dúvida?
- Vou tentar explicar-me melhor. Como certamente não ignora, o princípio de causalidade postula que todo o fenómeno tem uma causa, e, nas mesmas condições, as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos.

- Sim, e daí?
-É óbvio, não? Daí que não consiga não consiga descortinar porque é que no campo, nas mesmas condições, as mesmas causas não produzam necessariamente os mesmos efeitos…

- É só isso? Não se preocupe, é normal, as coisas funcionam mesmo assim…