Benfica: mata-mata em Istambul

OPINIÃO13.08.201804:31

Começou a 85.ª edição da prova maior do futebol nacional e a primeira jornada revelou-nos sintomas e tendências, sem que seja prudente tomar a nuvem por Juno em qualquer circunstância. A Liga é uma maratona de 3060 minutos e como Jorge Jesus dizia, na sua imensa sabedoria, «isto não é como começa, é como acaba...»

Caso diferente é o do desafio turco do Benfica. O jogo de amanhã, na parte oriental de Istambul, que a equipa de Rui Vitória inicia a ganhar por um a zero, terá influência, para o bem ou para o mal, em toda a época. Aceder à fase de grupos da Liga dos Campeões é um objetivo maior dos encarnados, não só pelos mais de 40 milhões de euros imediatamente associados à superação da terceira pré-eliminatória e do play-off, mas também pela montra que tal sucesso permitirá aos talentos emergentes na Luz, além do boost anímico que representará para o clube, dos adeptos aos jogadores, sem esquecer os dirigentes.

Não valerá muito a pena, neste momento, fazer um balanço aprofundado às condições em que este plantel às ordens de Rui Vitória foi construído, sendo incontornável, porém, manifestar alguma surpresa por não terem sido colocadas todas as fichas nesta pré-eliminatória, por um lado fechando uma ou outra contratação que continua no ar (Gabriel, Ramires, um lateral direito, eventualmente mais um guarda-redes), por outro não permitindo (e isso só seria feito com ações em tempo útil) que o melhor jogador da equipa vivesse submerso na dúvida fica-sai, não dando o seu contributo à equipa em pelo menos dois jogos oficiais (amanhã volta a não ir a jogo, por lesão). Sem qualquer sombra de dúvida, a continuidade do Pistolas na Luz é uma muito boa notícia para o Benfica. Mas este arranque soluçante foi pernicioso.

Quanto ao jogo-jogado do Benfica - de olhos postos em Istambul - alguns considerandos: a equipa de Rui Vitória altera alguns períodos bem conseguidos, quer na dinâmica atacante, quer na intensidade da pressão defensiva, com comprometedores apagões de concentração, que ficaram à vista de todos em dois momentos distintos na partida com o V. Guimarães, primeiro quando os forasteiros estiveram à beira de empatar a uma bola e depois, no susto final, com a passagem do placard de 3-0 para 3-2. Amanhã, só um Benfica sempre focado no jogo e sem medo do ambiente poderá ter sucesso.