Amanhã joga-se o futuro deste Benfica
AMANHÃ, a partir das oito da noite, o Benfica começa a definir o que será a sua temporada 2018/19. Há muitos anos que a turma da Luz não enfrentava um momento tão determinante, concentrado em quatro jogos (na melhor das hipóteses), suscetível de balizar a vida desportiva e económica do clube para o futuro próximo e também a relação de poder com a concorrência interna. Aceder à fase de grupos da Champions significa, para a tesouraria, a realização de um encaixe brutal ao mesmo tempo que permite aos talentos que o Seixal vai criando o acesso à principal montra, a nível global, das competições de clubes. Por tudo isto, seria expectável que o Benfica atacasse o mercado com a ousadia de quem sabe o que está em causa e não quer perder a contenda. Porém, os jogos com o Fenerbahçe chegam sem que houvesse um golpe de asa capaz de dar mais trunfos a Rui Vitória que, pelo que foi possível ver no ensaio geral com o Lyon, ainda está longe de ter a máquina devidamente afinada. A todas estas dúvidas acresceu, nos últimos dias, a partida de Jonas, o melhor jogador do Benfica das últimas épocas, para a Arábia Saudita. É um dano para o clube (quiçá inevitável, sobre as razões da separação ainda haverá que ouvir a SAD e o jogador) que se soma à partida de Raúl Jiménez, para o Wolverhampton - e só aqui estamos a falar em quase meia centena de golos por época. Se puxarmos o filme atrás e nos lembrarmos do adeus de Mitroglou, não é difícil concluir que o poder de fogo da época do último título nacional do Benfica já pertence aos livros da história...
Para amanhã, o Benfica contará com Ferreyra e Castillo (provavelmente não veremos aos dois em simultâneo), na difícil missão de fazer esquecer os que partiram. Na baliza haverá a novidade de Vlachodimos, um jovem ainda à procura de afirmação, enquanto que Gedson, uma pérola do Seixal, deverá continuar a manter a confiança de Vitória. Benfica mais fraco ou mais forte do que na época passada? Confesso que, atendendo ao que está em jogo, esperava uma aposta mais firme e uma ambição mais vincada. Não terá sido possível (o folhetim de Gabriel, que poderia dar mais consistência à equipa, prova que os meios não abundam) e o futuro se encarregará de colocar tudo em perspetiva. Para já, a melhor notícia para o Benfica é a fidelidade dos adeptos: casa cheia, amanhã, na Luz.