A solução, segundo Arsène Wenger

OPINIÃO09.05.202206:55

O árbitro esperou pelo VAR e o VAR aplicou o protocolo e seguiu a lei. O problema está na lei, que não foi pensada para tempos de VAR...

U M golo anulado por um fora de jogo de dois centímetros só devia ter lugar na PlayStation. Trata-se de uma decisão contra o futebol, porque o espírito da lei apenas requer que não haja vantagem do atacante, e, convenhamos, dois centímetros não dão vantagem a ninguém. 

Fez mal o árbitro ao anular o golo de Darwin no último sábado? Não, esperou pelo VAR e foi essa a decisão da tecnologia. Fez mal o VAR, colocadas as linhas uma e outra vez, ao concluir que Darwin, no momento do passe, estava dois centímetros à frente de Mbemba? Não, é o que é, e se a lei é para ser aplicada de forma cega, não há volta a dar. Mas, então, está tudo bem? Não, não está, nem lá perto, quem gosta de futebol não pode deixar de sentir-se revoltado por uma decisão que atenta contra a essência do jogo. 

O que fazer, então? Creio que a melhor resposta a esta questão foi encontrada por Arsène Wenger, que propôs ao International Board uma revisão da lei de fora de jogo que passa pela necessidade de não haver qualquer interseção entre o atacante mais adiantado e o penúltimo defesa para o lance ser considerado irregular. Quando adotada (e quero acreditar que irá sê-lo), esta medida beneficia o futebol atacante, dissipa dúvidas quanto a haver vantagem posicional, ou não, e acaba por tirar os árbitros da panela de pressão onde atualmente se encontram.

Infelizmente, entre nós estas matérias dificilmente são alvo de discussão séria, porque os argumentos (que variam consoante os interesses) estão normalmente inquinados pela clubite que retira lucidez e potencia a acrimónia.

O FC Porto, que pode fechar a Liga com 91 pontos (em 102 possíveis), foi um justo vencedor do campeonato, pela regularidade que foi capaz de exibir ao longo da temporada. Mas, a propósito do futebol que se joga em Portugal, valerá a pena meditar na diferença entre primeiro e quinto (39 pontos), quando comparada com os Big Five: 24 em Inglaterra; 26 em Espanha; 16 em Itália; 21 na Alemanha; e 22 em França.

PS - Finalmente, uma nota em relação ao que o Benfica fez esta época na I Liga: está a 17 pontos do FC Porto e perdeu 18 pontos nos jogos que disputou na Luz. Em tempo de balanço, provavelmente estes números encerram boas pistas de reflexão… 
 

ÁS – SÉRGIO CONCEIÇÃO 

Três campeonatos ganhos em cinco épocas no FC Porto, eis um excelente pecúlio, especialmente se tivermos em conta as condições financeiras nada favoráveis em que o clube navegou desde que ficou sob a alçada da UEFA. E mais, neste período, impediu um inédito penta do Benfica e o bi do Sporting, que foge desde 1954. 


ÁS – HUGO GASPAR 

Aos 39 anos, o capitão do voleibol encarnado é o porta-estandarte da modalidade no clube da Luz, onde milita há uma dúzia de anos. Novamente campeões nacionais (depois de já terem vencido a Taça e a Supertaça), os benfiquistas, estão a solidificar, com competência e sem polémica, uma hegemonia difícil de derrubar. 


ÁS – ÁLVARO PACHECO 

O Vizela ganhou o seu campeonato, garantindo, pela primeira vez na história, a manutenção no principal escalão do nosso futebol. De parabéns o treinador Álvaro Pacheco, que foi capaz de apresentar, em muitos momentos da época, um futebol de qualidade, potenciando bastante o plantel que teve à disposição.