A melhor defesa foi o contra-ataque...
Vitória importantíssima do Benfica, que serviu para serenar ânimos, dentro e fora das quatro linhas. Mas há que ver para além da goleada...
NA luta pelo primeiro lugar, nada de novo. Numa jornada em que se defrontaram os representantes portugueses nas competições europeias de 2021/22, imperou a lei do mais forte: com naturalidade, nos Açores, com autoridade, em Paços de Ferreira, e de forma exuberante, na Luz.
Altamente pressionado após uma sequência negativa de jogos, Jorge Jesus teve uma prova de fogo que superou com distinção, e da goleada ao SC Braga pode resultar uma nova dinâmica para uma equipa que estava em perda nítida desde o retumbante triunfo sobre o Barcelona. O futebol, no fim do dia, são resultados, e estes 6-1 aplicados aos minhotos tiveram o condão de apaziguar a animosidade latente na nação encarnada contra Jorge Jesus, algo que emergirá sempre que as coisas não correrem de feição. Creio que JJ, quando assinou pelo Benfica, tinha plena consciência dessa realidade e decidiu assumir o risco, sujeitando-se ao jugo da bola que entra ou que bate na trave. E ontem, para o Benfica, foi dia da bola bater na trave e mesmo assim entrar, em 90 minutos com um altíssimo nível de aproveitamento das oportunidades de golo.
Um resultado tão desequilibrado como o que aconteceu na Luz, devia colocar a equipa vencedora a salvo de quaisquer críticas. Porém, há que dizer que o Benfica manifestou ao longo da primeira parte uma enorme dificuldade em atuar em ataque continuado, mostrando erros e defeitos que já tinham sido identificados num passado recente; e só desbloqueou a partida a seu favor quando aproveitou o balanceamento atacante do adversário para feri-lo em excelentes ações de contra-ataque. Aí, este Benfica é forte, tem em Rafa um desequilibrador nato e finalmente conheceu o Cebolinha do escrete. O problema é que, ao longo da época, e contra a maioria esmagadora das equipas da nossa Liga, o Benfica está obrigado a atuar em ataque continuado, e nesse particular está longe da qualidade de que consegue nas transições rápidas. No aspeto defensivo, a péssima notícia para os encarnados foi a lesão de Lucas Veríssimo, o mais rápido do trio de centrais. Sem ele, a tendência para a defesa subir menos no terreno irá acentuar-se, o que deve constituir um problema estrutural para a equipa, que terá os setores mais distantes, e uma dor de cabeça adicional para Jorge Jesus.
RAFA SILVA
Supersónico, estonteante, fulgurante, letal. Ontem, Rafa Silva foi tudo isto ao mesmo tempo, dinamitando a defesa do SC Braga, que nunca teve pedalada para acompanhá-lo. E, para ajudar à festa, o internacional encarnado esteve particularmente assertivo na finalização, assinando momentos de enorme qualidade.
JOSÉ MOURINHO
Mesmo considerando que a primeira temporada em Roma seria sempre de adaptação ao clube e transição para uma realidade mais ambiciosa, a verdade é que, depois de um início promissor, os giallorossi têm vindo em perda exibicional, revelando, como sucedeu ontem, uma tremenda inconsistência.
MIGUEL OLIVEIRA
O MotoGp de Portugal não foi, por certo, aquilo com que o piloto de Almada terá sonhado. Uma grande queda e um susto ainda maior foram um balde de água gelada nas esperanças de milhares de adeptos do Falcão, mas a vida na alta competição é assim mesmo e, porque talento não falta, melhores dias virão...