A final, o final e afinal
1Hoje, em Lisboa e no Estádio da Luz, realiza-se a final da Liga dos Campeões. É a final da principal competição da UEFA e marca o final desta singular, inédita e extraordinária época de 2019-2020 . E quando já arrancaram as pré eliminatórias de acesso às fases de grupos da Liga dos Campeões e da Liga Europa de 2020/2021. E quando também já arrancou a Liga francesa, no Brasil o Flamengo não entusiasma e, hoje mesmo, há um dérbi em Moscovo, entre Lokomotiv e Spartak! Mas, e pela sua relevância global, hoje é o domingo da final da Liga dos Campeões! Que normalmente não acontece, recordamos, a um domingo! É o regresso, seis anos após o confronto entre os dois principais clubes de Madrid, numa final empolgante e dramática, e jogada e vivida num Estádio cheio, com intensa vibração e numa Lisboa repleta de espanhóis que tomaram conta dos principais lugares da capital de Portugal. Hoje é o confronto entre uma equipa de Estado e uma das equipas da indústria do futebol! Sim, o PSG é a expressão, por ora (repito, por ora…), do capital de um Estado - através da diversificada fórmula de fundos - que utiliza o futebol para se afirmar e se projetar, para ter influência e para ser reconhecido. Sabendo nós, desde Aristóteles, que «o reconhecimento envelhece depressa». Mas é, aqui, num especifico e certo envelhecimento - que é crescimento! - que está a força do atual PSG. Nos jogos desta inédita final a oito o PSG afirmou-se como uma equipa, um onze solidário e o seu símbolo maior, Neymar, ataca e defende, luta e corre, dá linhas de passe e salta, no momento do golo, para a alegria sentida e fraterna, com os seus companheiros de equipa. Onde não está, recordemos, Cavani, que, decerto, por razões profundas, a 20 de junho anunciou a sua saída do PSG. Ele que, nesta edição da Liga dos Campeões, jogou, se não erro, tão só três jogos e marcou um golo! A final desta noite, num Estádio sem público e numa Lisboa quase deserta, será um confronto entre dois treinadores alemães, entre dois modelos e sistemas de jogo, entre grandes senhores do futebol mundial, entre titulares de diferentes seleções nacionais e combinando entre indiscutíveis certezas do futebol e evidentes talentos deste futebol indústria, que resiste em tempos de pandemia. Mbappé e Lewandowski, Di María e Manuel Neuer, Davies e Thiago Silva são nomes de uma final singular e que pode confirmar, em definitivo, Neymar como um extraterrestre! Mas, e para além do jogo, importa uma palavra de reconhecimento à nossa Federação, e à sua competente estrutura diretiva, pela ousadia da responsabilidade organizativa e pelo empenho evidenciados e, a par das autoridades públicas, pela antecipação de todos os problemas. Portugal e Lisboa mostraram, uma vez mais, que são capazes e, como Napoleão Bonaparte, aprendemos que «a capacidade pouco vale sem oportunidade»! E, logo, e seguindo desde há séculos Demóstenes, as «pequenas oportunidades são muitas vezes o começo de grandes empreendimentos»! Como foi o caso desta final inédita da Liga dos Campões em Portugal, em Lisboa e, de novo, no bem atrativo Estádio da Luz!
2Também terminou , na passada sexta-feira, a Liga Europa, e por diferentes cidades da Alemanha, e de novo, com a vitória do Sevilha. O certo é que, desde que nasceu esta competição ( 2009), sucedendo às então denominadas Taça das Cidades com Feira e, depois, a partir de 1971, a Taça UEFA, este troféu, aliás bem bonito, circula entre Sevilha , Madrid (Atlético), Porto, Londres (Chelsea) e Manchester (United). E em quatro presenças na final deste novo formato o Sevilha ganhou as quatro! Uma delas contra o Benfica. Como bem vi ao vivo e muito, mas muito, sofri! Mas também em Espanha decorre, até ao próximo domingo, a final a oito da Liga dos Campeões feminina. A competição decorre no País Basco e em duas das suas cidades emblemáticas, Bilbao e San Sebastián. Os grandes clubes da Europa marcam presença e, neles, estão o Barcelona e o Lyon, o Arsenal e o PSG, o Bayern e o Wolbsburg que, aliás, goleou o Glasgow por 9-1! O futebol feminino ganha crescente importância e visibilidade e as grandes marcas do futebol europeu apostam, em crescendo, na construção de equipas ganhadoras e atrativas. Como, e bem , está a fazer, numa opção estratégica que se regista e cumprimenta, o Benfica. E, logo, as televisões, e os seus específicos canais, nos proporcionaram os jogos dos quartos de final e, depois, na terça e quarta-feiras próximas, as meias-finais. Quem chegou, com todo o mérito, à final da Youth League foi, uma vez mais, o Benfica. Esperemos que à terceira presença na final seja … de vez! Esta equipa liderada por Luís Castro tem talentos indiscutíveis. Tiago Dantas e Tiago Araújo, Umaro Embaló e Gonçalo Ramos, Paulo Bernardo e Rafael Brito, João Ferreira e Henrique Araújo, entre outros, são a prova da qualidade e da excelência da Academia do Seixal e a garantia que o futuro do Benfica implica o compromisso entre o talento que se cria, desenvolve e se faz explodir e a reconhecida experiência que, com equilíbrio e razoabilidade financeiras, se adquire. Com a consciência, aqui, que face às alterações dos quados das competições e às mutações que a pandemia suscitou - e suscitará -, importa criar as condições, bem objetivas, para que o Benfica se afirme e consolide como clube líder, nos próximos três anos, no e do futebol em Portugal ! E a conquista desta Liga jovem europeia, seria, neste agosto, uma grande, justa e bem merecida prenda!
3A final da Liga dos Campeões hoje em Lisboa. O final , finalmente, da época desportiva 2019/2020. E , afinal, e ao que se lê, o Cavani… parece… que não vem . E como escreveu um dia James R. Loweel «não adianta discutir com o inevitável. O único argumento disponível contra o vento de leste é vestir o sobretudo»! É o que às vezes temos de fazer nesta Ericeira acolhedora e sugestiva, que entusiasma e seduz, cheia de jovens e de menos jovens, património do surf e de ondas por vezes nas marés vivas bem rebeldes, de múltiplas línguas e de uma beleza natural que encanta e seduz. E nela recordamos, em cada momento, que o entusiasmo é a força da alma! Da nossa alma, sempre livre!