A fase das decisões
O Mundial da Rússia aproxima-se da fase de todas as decisões. Quatro países europeus preparam-se para ver os seus representantes disputarem uma jornada que se antevê épica, sendo que a única certeza é que a Taça Jules Rimet (assim designada em 1946) ficará, pela quarta vez consecutiva, no velho continente. Algo que sublinha a hegemonia destas seleções e deve causar apreensão a algumas das atuais potências do futebol mundial, como são o caso de Brasil e Argentina.
Mas tal como aconteceu com a esmagadora maioria das seleções entretanto afastadas, também o filtro apertou para algumas das equipas de arbitragem que estavam em Moscovo. Dos trinta e quatro árbitros inicialmente presentes, dezanove regressaram a casa. Significa isso que, nesta fase, sobram quinze juízes para os quatro jogos finais. O número, apesar de excessivo, faz sentido: pelo menos oito estarão em ação (no centro do terreno e como 4.º árbitro), enquanto outros poderão ainda desempenhar as funções de VAR ou AVAR. Destaque para as saídas prematuras de Félix Brych, Clement Turpin, Szymon Marciniak ou Sergei Karasev.
Se, no caso de alguns, a passagem à fase seguinte das respetivas seleções terá pesado no afastamento (caso de Clement, com o apuramento da França), não deixa de ser curiosa a saída, por exemplo, do conceituado árbitro alemão ou do juiz da anfitriã Rússia, apenas percetíveis por prestações menos conseguidas. Claro que sendo todos os finalistas europeus, percebe-se a presença maciça de árbitros de outros continentes, mas isso, só por si, não justifica tudo.
Já no que diz respeito aos Videoárbitros, importa referir que a nossa arbitragem continuará representada. Artur Soares Dias foi um dos dez escolhidos para a etapa final da competição. Tiago Martins - que tal como ele até à data, teve participação prestigiante e sem falhas - regressou a Portugal.
Há, no entanto, uma nota a destacar: a continuidade dos três árbitros italianos indicados como VAR. Orsato, Valeri e Irrati mantêm-se em Moscovo, o que causa alguma surpresa. É que, não obstante a sua qualidade (inegável), todos cometeram erros significativos na prova. Estranha-se que, segundo o critério mais lógico, o da meritocracia (digo eu), não tenham regressado mais cedo a casa.
O caso mais curioso é mesmo o de Massimiliano Irrati, que teve honras de abertura da competição e soma mais de uma dezena de jogos, incluindo o Portugal/Espanha e o... Portugal/Irão. Lembram-se? O árbitro transalpino, que só recebeu as insígnias FIFA em 2017, surpreendeu primeiro ao ser selecionado para o Mundial (com pouco mais de um ano de experiência internacional) e depois ao revelar-se aposta contínua de Pierluigi Collina e Roberto Rosseti.
Especulação final: o jogo decisivo será dirigido pelo brasileiro Sandro Ricci (que é craque e merece) e terá... Irrati como VAR.
Vai uma aposta?