Ambiente no futebol português: presidente da SAD ‘atira-se’ aos três grandes!

Famalicão Ambiente no futebol português: presidente da SAD ‘atira-se’ aos três grandes!

NACIONAL05.06.202323:51

O presidente da SAD do Famalicão, Miguel Ribeiro, apontou esta segunda-feira o dedo aos denominados três 'grandes' do futebol português, Benfica, Sporting e FC Porto, que considera responsáveis pelo clima hostil ao nível da comunicação, algo que no seu entender pode até prejudicar a negociação dos direitos televisivos em 2028.

«Hoje temos um produto complicado de vender e percebemos a dimensão da comunicação quando vemos o quanto estamos a comunicar hoje e quão mal estamos a fazê-lo. Em 2028, temos um grande desafio que é a centralização e a forma como estamos a viver todo este 'métier' leva-nos a perguntar como vamos vender o nosso produto. Era altura de estar a embelezá-lo para o vender. Se comprarem um carro em segunda mão, se tiver esbarrado não o compram. Se estivermos algum tempo a embelezá-lo, em que o arranjamos, pintamos, e pomo-lo a brilhar, seguramente que o compram a um preço superior», disse durante uma palestra no 17.º Congresso Internacional de Futebol da Universidade da Maia.

«Acho que a responsabilização assenta pouco em nós. Não me quero estar a desculpar, mas não diria que seja do Sporting de Braga para baixo. Os três maiores são os grandes responsáveis por sairmos do contexto de discutir o jogo e o jogador. Discutimos muito pouco se o Sporting baixa e ataca a profundidade ou se precisava de um 'nove', ou se o Benfica do Schmidt usa os laterais para ganhar superioridade, ou se o Sérgio [Conceição] baixa o bloco... zero. Andamos sempre com o árbitro, mas eu não pago esse cartório porque acho que os três ou quatro por cento que não são dos três 'grandes' não têm expressão nisto», disse ainda.

E deu o exemplo do jogo do Famalicão no Dragão, na segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal, em que Pepe acusou o médio Santiago Colombatto de insulto racista. «Na meia-final do Dragão, em que fizemos um grande jogo, durante 30 minutos, o desgraçado do treinador do Famalicão só tentava demonstrar como é que conseguimos jogar e só podíamos responder a um tipo que diz que outro tipo lhe chamou 'mono', que curiosamente até é branco, o que não deixa de ser interessante. Portanto, vejam como esta comunicação é hostil, porque nem se cuidou de saber se ele era branco, mas diz que lhe chamaram macaco ou 'mono', o que é absurdo. Centrou-se na forma como o treinador festejou, se foi ao nosso banco e ninguém se centrou no nosso plano de jogo extraordinário.»