SC Braga Antigo treinador recorda final da Taça com o FC Porto nas Antas: «Consta que houve dinheiro envolvido»

SC Braga e FC Porto encontram-se domingo na final da Taça de Portugal que se disputará, como é hábito, no Estádio Nacional, mas já houve um jogo decisivo da prova com os mesmos intervenientes disputada… no Estádio das Antas. Foi em 1976/1977, os portistas venceram o encontro por 1-0, com um golo do malogrado Fernando Gomes e com o mítico José Maria Pedroto sentado no banco dos dragões.

Do outro lado estava Mário Lino, que já se tinha sagrado campeão nacional pelo Sporting em 1973/1974, numa época em que os leões também venceram a Taça de Portugal, mas já sem o açoriano no banco na final da prova, devido a desinteligências com a Direção leonina, liderada por João Rocha.

Mário Lino ainda se recorda dos episódios em torno desse encontro. «Parece que estávamos atualizados em relação aos tempos de hoje. Foi pena. Podia ter mais um troféu porque, depois disso, em 1979, ganhei a Supertaça Cândido de Oliveira pelo Boavista, num encontro frente ao FC Porto. Estava num clube [SC Braga] que não era dos grandes e tinha oportunidade de ter mais um êxito», diz.

A opinião do antigo treinador, hoje com 86 anos depois de ter sido jogador, treinador e dirigente, sobre o tema é clara: «Logicamente que a minha opinião é que podia ser jogado em todos os campos do país menos no Estádio das Antas.»

Puxando o filme atrás, Mário Lino recorda-se que «as direções dos dois clubes chegaram a acordo», mas num entendimento que, segundo ele, não foi efetuado com completa lisura.  «O presidente do SC Braga na altura era o dr. Lito Gomes de Almeida, de Espinho e com costela portista, e consta que houve dinheiro envolvido; o SC Braga estava interessado em dois jogos daqueles de apresentação, que se realizaram. Fomos encaminhados para as Antas e lá estivemos com grande valor», sublinha.

A jogada que mais ficou na retina de Mário Lino foi a do golo do FC Porto, obtido por Fernando Gomes. «O resultado foi 1-0 para o FC Porto numa jogada em que o Rodolfo Reis numa bola com o Manaca junto à linha lateral o agride com um soco. Mas o Rodolfo continuou em campo e a partir daí o FC Porto faz o golo e ganhou essa final de Taça», conclui, com uma mágoa que não passa, mesmo decorridos 45 anos.