Olimpismo Governo considera «desajustadas e infundadas» acusações do presidente do COP

«Críticas desajustadas e infundadas, e, logo, incompreensíveis». Eis como o Governo reagiu, já na tarde desta quarta-feira, em comunicado emanado da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, às acusações do presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, que, a 442 dias do início dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, considerou, em entrevista à Lusa, publicada na manhã deste dia, haver alegado «desinteresse do Executivo pelo olimpismo».

A nota dá conta do alegado aumento dos apoios públicos do Governo ao Desporto, após José Manuel Constantino, na entrevista à agência noticiosa, aludir à delegação sistemática de representação do primeiro-ministro noutras personalidades a tutela da pasta para fundamentar as críticas a António Costa, e por arrastamento também a Ana Catarina Mendes, recordando «nunca» António Costa ter honrado, com a sua presença, eventos/iniciativas do COP.

«Nunca esteve presente numa iniciativa nossa, mas está presente nas iniciativas do Comité Paralímpico. É uma opção política. Claro, é um sinal que está a ser dado. Em quase dez anos no exercício de funções, nunca nos chegou elogio algum ou palavra de apreço do primeiro-ministro sobre conquistas dos atletas portugueses em eventos olímpicos», acusou José Manuel Constantino, na entrevista à Lusa.

Na reação, o gabinete de Ana Catarina Mendes evoca os «18,4 por cento de aumento das verbas disponibilizadas para Paris-2024 face a Tóquio-2020, de €18,5 M para €22 M», e ainda a subida dos apoios aos paralímpicos e «a comparticipação das delegações do COP em competições internacionais, como os Jogos Europeus e Jogos do Mediterrâneo».

Recordam do gabinete da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares que se tomarmos como ponto comparativo o apoio no ciclo olímpico do Rio de Janeiro-2016 [€16 M de apoios, Governo de coligação PSD/CDS, então, liderado por Passos Coelho], «na preparação olímpica para Paris2024 verifica-se um aumento de 37,5%» das verbas avançadas em apoios públicos à preparação para os Jogos.