O treinador romeno Mario Marinica, de 58 anos, selecionador do Malawi, reagiu com particular indignação ao entusiasmo nas bancadas do Estádio em Lilongué (Malawi) cada vez que Mohamed Salah e os compatriotas tocavam na bola no jogo de qualificação do Grupo D de apuramento para o Campeonato Africano das Nações da Costa do Marfim-2023 (em junho e julho), efetuado na terça-feira, e que terminou com a vitória dos ‘faraós’, orientados pelo técnico português Rui Vitória, por 4-0, repetindo o triunfo conseguido na sexta-feira, no Cairo (2-0).
«Acho que será correto simplesmente dizer, ante o que se nos foi oferecido presenciar, que as pessoas do Malawi não gostam do Malawi. É tão simples quanto isto. Quando subimos ao relvado, aplaudiram… o Egito, o adversário, e não o Malawi. Isto parece a seleção do Malawi contra… o Mundo, pois parece que [os fãs] não gostam de nós», afirmou Marinica, no final do jogo, aos jornalistas, citado na BBC Africa.
«Quando os jogadores surgem no relvado e tu tens um heróiu local como [Mhango] Gabadinho, não ouvi quaisquer aplausos ou incentivos. Antes vitoriaram Mo Salah e as demais estrelas do Egito», sublinhou o selecionado dos ‘The Flames’ (‘As Chamas’).
«É a escolha deles, e a que fica, no final do dia. Os adeptos preferem as grandes estrelas do momento no futebol, que é coisa que, pelos vistos, não temos. As pessoas são livres de expressar a sua opinião e por vezes, na sua cólera, fazem as coisas de forma diferente do que esperamos. Pensava que só havia um coração em África, não o ‘ombro frio’ que agora sentimos do nosso lado», concluiu Marinica.
Com duas jornadas por serem jogadas no Grupo D de apuramento ao CAN, Egito e Guiné Equatorial lideram, ambas com nove pontos, enquanto Malawi e Etiópia apenas têm hipóteses remotas e matemáticas: cada uma soma apenas três pontos.