A Procuradoria-Geral da República (PGR) está a avaliar a abertura de um inquérito de violação de segredo de justiça no âmbito do megaprocesso que envolve a SAD do Benfica e que tem como arguidos, além da própria SAD, também Rui Costa, presidente, Domingos Soares de Oliveira, CEO, a ainda Luís Filipe Vieira, ex-presidente, José Eduardo Moniz e Nuno Gaioso, ex-administradores.
«O Ministério Público está a analisar a questão de violação de segredo de justiça com vista a desencadear os procedimentos considerados adequados», sublinhou fonte da PGR, citada pela publicação digital ECO, depois de os advogados da SAD do Benfica, João Medeiros, Paulo Saragoça da Matta e Rui Patrício, terem revelado surpresa por ter sido aceite a consulta do processo por «terceiros [advogados do FC Porto] estranhos ao processo».
No final de janeiro, recorde-se, durante as alegações finais do processo dos emails, Nuno Brandão, advogado de Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, sublinhou que os advogados ligados ao emblema do Dragão já tinham consultado o processo após se terem constituído como assistentes, algo que surpreendeu os representantes das águias, que até aí tinham visto negadas as pretensões de consulta ao processo. Depois de novos pedidos de acesso, os representantes dos arguidos foram, entretanto, autorizados a consultar os autos. «Deixar inequívoco que - além dos deveres deontológicos a que estamos adstritos - temos a informação de que o processo se encontra sujeito a segredo de justiça dito externo, pelo que não podemos, e em qualquer caso não quereríamos pela mesma razão, divulgar atos processuais», explicaram em comunicado os advogados João Medeiros, Paulo Saragoça da Mata e Rui Patrício.