Dos 211 países da FIFA, Portugal foi quem mais comprou

FIFA 26.01.2023 14:56
Por António Barroso

Pela primeira vez na história, mais de 20 mil futebolistas profissionais do sexo masculino mudaram de clube e foram transferidos durante o ano de 2022, confirma o relatório anual da FIFA ‘Global Transfer Report’, divulgado pela organização presidida por Gianni Infantino esta quinta-feira, que revela ter sido Portugal, pela primeira vez, entre as 211 federações filiadas na instituição, o país de acolhimento de mais jogadores transferidos, com 901 jogadores a demandarem o nosso país em 2022.


Já no tocante ao futebol feminino, o aumento das transferências foi «de 19 por cento». E «no futebol amador 50 mil jogadores, de mais de 200 nacionalidades», também mudaram de emblema.


Recorde de 71.002 transferências de jogadores foram registadas e validadas pela FIFA em 2022, das quais 21.764 envolvendo futebolistas profissionais de ambos os sexos, número ao qual acrescem mais 49.238 de jogadores(as) amadores(as).


No futebol profissional masculino, e para melhor se aferir da estratosférica dimensão do futebol e verbas que envolve e economia que movimenta, a FIFA atesta 20.209 transferências internacionais de jogadores masculinos em 2022, «um aumento de 11,6 por cento comparado com 2021 e até superior ao período pré-pandemia do Covid-19».


Destas 20.209 transferências de jogadores, «2.843 incluíram valores de indemnização, envolvendo um recorde de 4.770 clubes de 182 países, muito acima dos 4.538 clubes que registaram transferências em 2021».  


Nas conclusões do relatório, a FIFA sublinha, para quem ainda tinha dúvidas sobre a estratosférica dimensão do futebol e do mercado aberto em todo o planeta, que «um total de 17.291 jogadores, de 183 nacionalidades, foram transferidos em 2022».


«Os dois anos de baixa quanto a transferências terminaram em 2022, com este ano a registar um total de 6500 mil milhões de dólares [7 mil milhões de euros], um aumento de 33,5 por cento comparado com 2021, ainda assim abaixo do montante recorde, registado em 2019», realça o diretor Legal e de ‘Compliance’ da FIFA, Emilio Garcia Silvero, nas conclusões do documento, enviado esta quinta-feira às redações.


«Só o ‘top 10’ das transferências mais onerosas geraram 12,5 por cento do total dos montantes envolvidos em transferências em 2022», sublinha a FIFA. As 2.843 transferências que envolveram indemnizações têm, sem surpresa, os clubes de Inglaterra no topo da lista.


A lista das dez maiores transferências de jogadores em 2022 divulgada pela FIFA contempla dois nomes bem conhecidos do futebol português: o colombiano Luis Diáz, que em janeiro de 2022 trocou o FC Porto pelo Liverpool (€45M mais €15 M possíveis por bónus), e o uruguaio Darwin Nuñez, que no verão deixou o Benfica (por €75 M mais €10 M possíveis por bónus), também rumo ao Liverpool.


A lista integra ainda o médio francês Aurelien Tchouameni (transferido do Mónaco para o Real Madrid), o extremo brasileiro Antony (do Ajax para o Man. United), o seu compatriota e médio Casemiro (do Real Madrid para o Man. United), o neerlandês Matthijs de Ligt (da Juventus para o Bayern de Munique), o espanhol Ferran Torres (do Man. City para o Barcelona), o avançado norueguês Erling Haaland (do Borussia de Dortmund para o Man. City), o ponta-de-lança sueco Alexander Isak (da Real Sociedad para o Newcastle) e o brasileiro Raphinha (do Leeds para o Barcelona).


A França (e os seus clubes) aparecem como o mercado que mais dinheiro lucrou com transferências: receberam «740,3 milhões de dólares [€805,3 M]», mas «pela primeira vez, os clubes de Portugal realizaram mais transferências de jogadores a chegar ao país de novo do que qualquer outra federação [filiada na FIFA], com um total de 901 jogadores a chegarem aos clubes do país em 2022».


No outro prato da balança – o país mais exportador de ‘pé de obra’ em 2022 – surge, aqui sem surpresa, o Brasil, com um total de «998 transferências de jogadores para clubes de outros países».


O crescimento do futebol feminino também é detalhado por «o número de transferências internacionais ter duplicado em quatro anos, desde 2018». O número de clubes envolvidos em transferências de jogadoras disparou «22 por cento, de 410 em 2021 para 500 em 2022».


«Estes números refletem que mais e mais jogadoras se têm profissionalizado», sublinha Emilio Garcia Silvero, baseado nas 1.555 transferências internacionais de jogadoras, «mais 19,3 por cento do que em 2021, enquanto um novo máximo de 119 federações esteve envolvidas nas transferências internacionais» no mercado do futebol feminino.


No tocante ao futebol amador, cujas transferências mais do que dobram a do futebol profissional – recorde-se que em Portugal, apenas Liga e Liga 2 são considerados escalões profissionais –, «um total de 49.238 jogadores cruzaram fronteiras dos seus países, para representar clubes noutras nações, dos quais 92.3 por cento eram do sexo masculino».


O alcance transversal e planetário do ‘futebol amador’ sai corretamente dimensionado no relatório da FIFA: «204 das 211 associações nacionais [federações] filiadas [na FIFA] registaram, no mínimo, uma transferência internacional em 2022».


Também o impacto da guerra em curso na Ucrânia, desde a invasão pela Rússia, há 11 meses (desde 24 de fevereiro de 2021) e suas consequências não foram omitidos ou esquecidos pela FIFA nos resultados obtidos.


«A Ucrânia foi, de longe, o país com mais transferências internacionais no futebol amador, com 5.910 transferências, mais 60 por cento do que as 3.661 registadas pela França, o segundo país com mais transferências no futebol amador em 2022», lê-se no documento

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