Amaro Antunes, vencedor da Volta a Portugal em 2017 - após desclassificação, por doping, do espanhol e então companheiro na W52-FC Porto, Raul Alarcon -, 2020 e 2021, anunciou em comunicado o fim de carreira, alegando falta de motivação.
O ciclista, que foi o único elemento da W52-FC Porto que não foi constituído arguido na investigação do Ministério Público, Polícia Judiciária e ADoP, desencadeada em 24 de abril de 2022, afirma que a despedida não acontece da forma que tinha idealizado.
Sem colocar em causa os motivos que, alegadamente, levaram Amaro Antunes a deixar o ciclismo profissional de forma prematura, A BOLA sabe que o ciclista foi notificado pela UCI por alterações registadas no passaporte biológico, situação que poderá ter contribuído para a decisão tomada.
A pena de suspensão proposta ao ciclista pelo LADS (Legal Antidoping Services), que poderá ir de quatro a seis anos, foi enviada ao corredor, que juntamente com o seu representante, dispunham de uma data-limite para responder se concordavam ou não, sendo esta uma situação imposta pela legislação que torna obrigatório ouvir o parecer do atleta. A decisão final sobre o caso cabe ao Tribunal Antidoping da UCI, que depois de analisar o processo da responsabilidade do LADS, que inclui todos os dados referentes ao passaporte biológico e a versão final do ciclista, aplica a respetiva pena, que nestes casos depende se o infrator confessa e reconhece ou não dopagem, a que se junta a anulação dos resultados desportivos desde a primeira infração, a aplicação de multa pecuniária, que nalgumas situações é agravada com custos processuais.
A ABTF Betão-Feirense, equipa que passou a representar em outubro, anunciou rescisão contratual com Amaro Antunes por comum acordo.
Três vitórias na Volta a Portugal em risco
A confirmar-se a notícia avançada por A BOLA, poderá levar à suspensão de Amaro Antunes pela UCI e à anulação dos resultados desportivos do corredor desde a primeira infração registada no passaporte biológico.
Assim, as vitórias na Volta a Portugal de 2017, 2020 e 2021 estarão em risco, dependendo da data que vier a ser determinada na possível sanção. A situação poderá obrigar a Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC) a rever as classificações, não sendo de excluir que as edições da corrida de 2017, 2018, 2020 e 2021 não tenham vencedor, como aconteceu na Volta a França, com a anulação dos sete triunfos de Lance Armstrong (1999 e 2005), devido a conhecido escândalo de doping.
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