«Sanções garantem integridade de provas e dos atletas de Rússia e Bielorrússia»

Olimpismo «Sanções garantem integridade de provas e dos atletas de Rússia e Bielorrússia»

OLIMPISMO07.12.202221:43

O alemão Thomas Bach, presidente do Comité Olímpico Internacional (COI) defendeu esta quarta-feira, em Lausana, Suíça, no final de mais um dia de reunião do organismo, a continuidade das sanções à Rússia e Bielorrússia.

«Nada se registou que altere a nossa posição. As sanções desportivas aplicadas aos governos e estados da Rússia e Bielorrússia devem manter-se, de forma firme. Estas sanções foram impostas por terem quebrado a trégua olímpica, o que acarreta uma violação da Carta Olímpica», afirmou o antigo atleta olímpico (esgrima) e líder do COI à BBC, admitindo, todavia, que «o desporto está confrontado com um enorme dilema, o de assegurar que, como resultado, os atletas não sofram».

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a 24 de fevereiro, o COI tinha indicado às federações internacionais das mais variadas modalidades que excluíssem atletas, árbitros e equipas da Rússia e Bielorrússia dos eventos internacionais, recorde-se.

«Mas a missão unificadora do desporto deve ser restaurada. Somos uma organização desportiva, a nossa missão é sermos fator de união. Estamos a tentar encontrar formas de voltarmos a unir os atletas e nações, e em evitar que o desporto seja excessivamente politizado ou controlado por outros interesses: essas são duas outras áreas da sociedade atual», foi o alerta de Thomas Bach.

Desde a invasão da Ucrânia, a Rússia e a Bielorrússia foram banidas dos Jogos Paralímpicos de Inverno – embora aos atletas dos dois países tenha sido autorizado competirem sob bandeira neutral -, enquanto os clubes de futebol e as seleções de futebol dos países foram suspensas pela UEFA e pela FIFA de todas as provas.

A catadupa de sanções alastrou, entretanto, a outras modalidades, casos do râguebi, automobilismo (Fórmula 1), ciclismo e natação, enquanto no ténis, por determinação da Lawn Tennis Association (LTA), os profissionais russos e bielorrussos foram proibidos de participar no torneio de Wimbledon, o que valeu à LTA uma multa de £820 mil (€900 mil) por parte da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), e várias coimas menos avultadas da Women Tennis Association (WTA).

«Temos consciência do impacto que as sanções estão a produzir nos atletas [de Rússia e Bielorrúsia]. Não tinha havido um debate sério ainda, sobre as sanções, e a solidariedade. Uma coisa que tivemos nesta reunião, durante várias horas, e sobre o impacto da guerra e seus efeitos nos atletas. Nunca me cansarei de repetir, uma e outra vez, que a questão da participação dos atletas é muito diferente da questão das sanções aplicadas aos governos dos respetivos países», resumiu Bach.

«A posição de sempre do COI, que se mantém, é a de que atletas não podem ser punidos por atos dos governos dos seus países, na medida em que não tenham contribuído para os mesmos ou os apoiem. Por isso, [o impedimento da] participação de atletas foi sempre uma medida protetora, e não parte das sanções. Para salvaguardar a integridade desportiva das competições internacionais, e para garantir a segurança dos atletas desses dois países», afirmou.

As declarações do responsável máximo do COI confirmam as proferidas, na segunda-feira, por Mark Adams, porta-voz do COI, já a revelar que as sanções impostas aos desportistas russos, devido à invasão da Ucrânia, deveriam ser mantidas.

«A nossa posição não mudou desde fevereiro. O presidente, Thomas Bach, já deixou claro que este não é o momento de levantar as sanções», assinalara Mark Adams, também em Lausana, posição que o presidente do organismo ratificou ele próprio, de viva voz, aos jornalistas, no final do conclave.