O antigo central João Manuel Pinto jogou no FC Porto e no Benfica, tal como Otamendi. Em declarações a A BOLA, falou da importância do argentino.
- Otamendi foi questionado e agora é uma referência. Como se consegue isto?
- Lembro-me do primeiro jogo dele no Benfica e não correu nada bem. Teve responsabilidade num golo. É normal, porque foi uma transição do City para a Luz e estas mudanças são complicadas.
- Mesmo sendo tão experiente?
- Claro. Até porque veio depois da pré-época. E há a questão de ter sido uma referência no FC Porto, muito acarinhado pelos adeptos do rival. Em Portugal, infelizmente, quando um jogador sai do Benfica para o FC Porto, ou ao contrário, é sempre complicado.
- Desde então, Otamendi muito bem...
- Quando ele aqui passou mostrou ser um grande central. E veio do ultracompetitivo futebol inglês e já mostra outros argumentos, outra experiência. Chega com títulos e depois de jogar com futebolistas da grande qualidade e ser orientado por um dos melhores treinadores, Guardiola. Foi muito rico para o Benfica ter conseguido ir buscar um central desta dimensão.
- Mas mesmo assim houve críticas...
- Não foi um bom início, mas mais cedo ou mais tarde iria fazer a diferença. Esta época temos visto um jogador de excelência e alguém tão influente que é capitão no clube e na seleção! Sabíamos que seria um líder. Num balneário como o do Benfica tem de haver gritos de liderança, esta competência. Futebolistas que querem ganhar. Volto eu atrás: já estive nos dois clubes que foram de Otamendi em Portugal e há algo comum: é preciso ser líder, a responsabilidade de ter de ganhar todos os jogos e quando uma época não corre bem os mais competentes passam a ser alvos.
- O Otamendi agora é diferente?
- É um dos grandes responsáveis por esta caminhada. O Benfica tem centrais de enorme qualidade, mas ele é claramente o melhor e não tem lesões.
- Também ajuda outros a crescer, certo?
- Sem dúvida. Veja-se o António Silva: Quando um menino chega à primeira equipa e tem a sorte de atuar ao lado de um líder, alguém que te mostra o caminho, sentes que só tens de seguir o caminho que ele te indica. Isso faz toda a diferença. Faz com que esse jovem central se torne melhor a cada dia. É isso que temos visto com o António. O argentino é um líder. Ele sempre foi isto, mesmo em épocas menos boas.
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