Foi em meados de março que a pandemia chegou em força ao nosso país e virou de pernas para o ar o dia a dia dos portugueses, afetando saúde, economia e o habitual convívio entre pessoas. Enfim, a normalidade social e o bem-estar de todos. E como não poderia deixar de ser o desporto, com particular incidência, o futebol. A Liga foi interrompida com apenas 24 jornadas realizadas - a última decorreu no fim de semana de 7 e 8 de março -, tendo o estado de emergência sido declarado pelo Presidente da República a 16. E só 87 dias depois, a 3 de junho, a prova seria retomada.
Disputadas as 10 jornadas finais da época 2019/2020, mais 7 da atual, constata-se que já decorreu uma volta inteira do campeonato sob influência deste malfadado Covid-19. E talvez por que tenha um presidente médico - e que, tal como ocorreu em março, foi agora de novo chamado à primeira linha do combate à pandemia -, são os leões quem melhor tem respondido nestes tão conturbados tempos de contágio, pois o Sporting é a equipa que mais pontos somou para a Liga.
Dirigida pelo doutor Rúben Amorim que, tendo chegado à clínica de Alvalade precisamente na jornada anterior à interrupção, rapidamente tomou o pulso ao plantel que tinha à disposição e iniciou desde logo a rápida recuperação de uma equipa adoentada, levando-a a somar 18 pontos nas derradeiros 10 jogos de 2019/2020 - apenas suplantados pelos 22 conseguidos pelo campeão FC Porto - e só os dois desaires consecutivos como visitante no Dragão e na Luz impediram que a equipa leonina conseguisse roubar o 3.º lugar ao SC Braga, terminando ambos com idêntica pontuação.
Já nesta época, que tão mal começou em termos europeus face à eliminação, no play-off da Liga Europa, aos pés do LASK Linz, e mesmo com diversos elementos contagiados pelo Covid-19 - para lá do próprio Rúben, também foram afetadas peças importantes como Pedro Gonçalves, Nuno Santos, Palhinha e Eduardo Quaresma -, os leões continuam a mostrar saúde de ferro e apenas no empate caseiro diante dos dragões não somaram os três pontos. Esta foi aliás a quarta igualdade concedida neste campeonato Covid, no qual os leões empataram, ainda na época anterior, em Guimarães e Moreira de Cónegos (fora) e V. Setúbal (casa). E se o ataque só agora começa a mostrar-se mais vitaminado, o fármaco mais eficaz é a segurança defensiva, pois o 3x4x3 administrado só os fez conceder 12 golos, bem menos que a concorrência.
Classificação campeonato Covid:
| J | V | E | D | G | P |
Sporting | 17 | 11 | 4 | 2 | 31-12 | 37 |
FC Porto | 17 | 11 | 2 | 4 | 42-16 | 35 |
Benfica | 17 | 10 | 3 | 4 | 36-21 | 33 |
SC Braga | 17 | 9 | 2 | 6 | 32-21 | 29 |
Rio Ave | 17 | 7 | 6 | 4 | 21-18 | 27 |
Famalicão | 17 | 6 | 8 | 3 | 26-25 | 26 |
P. Ferreira | 16 | 7 | 4 | 5 | 25-26 | 25 |
Santa Clara | 17 | 6 | 5 | 6 | 24-22 | 23 |
V. Guimarães | 17 | 6 | 5 | 6 | 17-20 | 23 |
Marítimo | 17 | 6 | 4 | 7 | 20-21 | 22 |
Portimonense | 17 | 6 | 3 | 8 | 19-22 | 21 |
Moreirense | 16 | 5 | 6 | 5 | 13-18 | 21 |
Tondela | 17 | 5 | 4 | 8 | 16-26 | 19 |
Gil Vicente | 17 | 5 | 3 | 9 | 20-24 | 18 |
Belenenses | 17 | 3 | 7 | 7 | 11-21 | 16 |
Boavista | 17 | 4 | 4 | 9 | 19-31 | 16 |