Evelise Veiga: «Quero deixar o meu nome como a Naide Gomes»

Entrevista Evelise Veiga: «Quero deixar o meu nome como a Naide Gomes»

MAIS DESPORTO25.04.202010:38

Evelise Veiga, atleta do Sporting, encara o adiar da data dos Jogos como uma oportunidade para treinar mais um ano e evoluir. As limitações impostas pelo coronavírus não impedem a saltadora, nascida em Cabo Verde há 24 anos, de continuar a treinar para grandes conquistas. Medalha de ouro nas universíadas chega com atraso...

- Foi surpreendida por saber que ia, afinal, receber a medalha de ouro nas Universíadas, por a vencedora ter acusado doping?
- Não estava à espera. Depois de saber a notícia claro que ficamos desiludidos com a pessoa: ela estava ali connosco a sorrir... fui dar-lhe os parabéns e depois descobri que afinal não estava a jogar limpo.

- A nível nacional, aos 24 anos, ocupa o segundo lugar de sempre no salto em comprimento, com 6,61 m, depois de Naide Gomes (7,12 em 2008) e o terceiro no triplo (14,32), após Patrícia Mamona (14,65 em 2016) e de Susana Costa (14,43 em 2019). Como tem gerido a sua carreira?
- O atleta alimenta-se de resultados. Não é que tenhamos de ir abaixo quando as coisas correm menos bem. Não tenho tido problemas físicos. Basicamente está a acontecer o esperado com a minha treinadora Cátia Ferreira e toda minha equipa e tento sempre gerir isso da melhor forma. O facto de ser 8.º no Europeu não permite pensar que chega. Não. Quero sempre mais e é para isso que trabalho todos os dias.


- Os seus máximos pessoais no salto em comprimento e triplo levam-na a ambicionar um recorde nacional?
- Eu quero fazer história quero deixar o meu nome como a Naide Gomes, por exemplo. Infelizmente a população não tem a noção ou não sabe. Claro que ambiciono o recorde nacional. Naide Gomes foi a primeira portuguesa a superar os 7 metros [7,12 em 2008] e até ao momento ninguém conseguiu chegar lá perto, mas eu ambiciono isso.

- Esta paragem forçada pela pandemia do coronavírus, levou ao adiamento Jogos Olímpicos para 2021. É negativo?
- Nunca encaro os acontecimentos pela forma negativa. Isto deve ter vindo dos meus pais pela forma como me educaram. Porque, para mim, sempre que acontece alguma coisa tem uma justificação. Com o adiar dos Jogos pensei: tenho mais um ano para me preparar, para chegar lá e estar mais madura, melhorar outros aspetos técnicos, procurar marca de qualificação no salto em comprimento. Encarei isto tudo como uma oportunidade.

- Como se avalia nas grandes competições? É confiante, como, por exemplo, o Nelson Évora?
- Cada atleta tem uma forma diferente de encarar as competições. A mim sempre me disseram que eu tenho cabeça de atleta nas competições. Sou uma atleta que cumpre sempre todo o plano de treino. Quando não tenho nenhuma limitação ou lesão, quando chego às competições sinto que estou preparada, que fiz o trabalho de casa. Vou sempre confiante e acredito até ao último ensaio.


- Tem também objetivos com o Sporting, clube que representa desde 2018.
- Se não fosse o Sporting eu não poderia ser a atleta que sou dedicada a 100 por cento dedicada ao atletismo.


- Que objetivos tem para os Jogos?
- Na altura dos Jogos espero estar mais consistente acima dos 14 metros no triplo, e dos 6,80 no comprimento.

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