Pais venderam a casa pelo 'sonho' do novo piloto oficial da Racing Bulls
Neozelandês Liam Lawson de 22 anos tem oportunidade única de chegar à Red Bull. Mas esteve prestes a desistir no início da carreira...
Liam Lawson, o novo piloto oficial da Racing Bulls para o que resta da temporada de Fórmula 1 de 2024, substituindo Daniel Ricciardo, enfrentou grandes dificuldades no início de carreira, no seu país, a Nova Zelândia.
O jovem, de 22 anos, que tentará aproveitar os seus Grandes Prémios que restam esta época para agarrar o lugar na equipa secundária da Red Bull em 2025, ambicionando a promoção à escuderia principal, como tantos outros pilotos em início de percurso profissional, beneficiou de fundamental apoio financeiro familiar para projetar a carreira.
Crescendo a poucos passos do circuito de Pukekohe, na Ilha Norte da Nova Zelândia, Lawson envolveu-se na cena local do karting desde muito jovem, participando em competições nacionais destes monolugares.
Lawson revelou que, na altura, os seus pais fizeram um enorme sacrifício. «Os meus pais e toda a minha família deram-me muito, especialmente nos primeiros anos nos karts», contou Lawson ao podcast Talking Bull, da Red Bull. «Os meus pais venderam a casa para que eu pudesse continuar a competir. Foi uma coisa muito importante. Deram absolutamente tudo para que eu pudesse correr, até mesmo karts, porque é muito caro», confidenciou o piloto neozelandês.
«Não terminei o liceu, nem nada», revela Lawson. «Honestamente, estava muito entusiasmado por poder ir atrás do meu sonho. Sendo da Nova Zelândia, tentar obter dinheiro para competir no estrangeiro é muito, muito difícil», referiu. «Assim, entre um grupo de pessoas incríveis que me apoiaram, patrocinadores e investidores, montámos a estrutura para conseguir dinheiro suficiente para ir para a Europa e fazer uma época e tentar ser reconhecido por uma equipa júnior, porque sem isso, não havia hipótese de conseguir uma Fórmula 1».
Mas embora se tenha mostrado promissor ao terminar em segundo lugar na sua primeira temporada na Europa, Lawson não foi imediatamente contratado por uma academia júnior de F1 e regressou a casa, para o Toyota Winter Series da Nova Zelândia e com o seu sonho da F1 estava prestes a perder-se aos 17 anos de idade.
Felizmente para Lawson, os caçadores de talentos estavam a assistir à ronda de abertura daquela competição em 2019. E não um olheiro qualquer, mas Helmut Marko, o homem forte da Red Bull Racing, que observava o companheiro de equipa mais velho de Lawson, Lucas Auer, que fazia parte do programa júnior da Red Bull na altura.
E mesmo antes de derrotar Auer e o seu companheiro Kiwi Marcus Armstrong pelo título, Lawson receberia a notícia com que tanto sonhou. «Acho que o Helmut estava a ver por causa do Lucas e eu tive um primeiro fim de semana muito bom. Quando corri na F4 na Europa, o Jack Doohan era um júnior da Red Bull na altura e testámos juntos», afirma Liam Lawson, que foi recrutado pela Red Bull para os campeonatos FIA F3 e F2, enfrentando, entre outros, o australiano Oscar Piastri, outro talento precoce proveniente dos antípodas.
O terceiro lugar no campeonato de F2 de 2022 valeu-lhe o cargo de piloto reserva da Red Bull em simultâneo com a participação na Super Fórmula Japonesa em 2023, e quando Ricciardo partiu o pulso nos treinos do Grande Prémio dos Países Baixos, Liam Lawson recebeu a aprovação para substituir o australiano na então Alpha-Tauri durante cinco provas, conseguindo pontos com o nono lugar no GP de Singapura.
Yuki Tsunoda e Daniel Ricciardo iniciaram a temporada de 2024 na Racing Bulls, e Lawson regressou a piloto de reserva, mas com a urgência da Red Bull em encontrar um jovem piloto da formação para substituir Sergio Perez e/ou eventualmente Max Verstappen precipitou a decisão de preterir Ricciardo, que já não estava a preencher os requisitos. Esta promoção, para já, até final da temporada em curso concede a Lawson a oportunidade de lutar contra Tsunoda por um lugar na Red Bull.