Fernando Alonso confessa: «Eu queria ser guarda-redes, não piloto...»
Espanhol da Aston Martin diz que corre por «culpa» do pai
Fernando Alonso revelou que em criança queria ser futebolista, e não piloto automóvel. O espanhol foi convidado num evento de um dos principais patrocinadores da Aston Martin na Índia, e revelouo rumo de carreira.
«Talvez tivesse gostado de ser engenheiro se não me tivesse dedicado trabalho que tenho agora... Quer dizer, não fui eu que escolhi ser piloto, foi o meu pai. Tenho de o admitir. Fiz a minha primeira corrida de kart quando tinha três anos, não fui eu que escolhi, mas o meu pai ficou muito feliz nesse dia. A minha mãe menos. Mas quando tinha oito, nove ou dez anos, lembro-me de ir correr aos fins-de-semana e durante a semana estava na escola a jogar futebol. E eu era guarda-redes. E lembro-me que gostava mais de jogar futebol do que de correr... Mas não podia dizer ao meu pai», contou diz divertido.
As mudanças na Fórmula 1, com simuladores e análise ao comportamento do carro a cada curva, Alonso disse que o trabalho de piloto é cada vez mais complexo.
«É um trabalho diário, desde o pequeno-almoço ao regime de treinos, às conversas que temos com os nossos engenheiros.... E depois, na corrida em si, acho que todos sabemos como ser rápidos, mas há alturas na corrida em que é preciso usar abordagem agressiva no arranque, na primeira curva, ser inteligente com os pneus, a bateria, não lutar com o tipo errado, o tempo... há muitas coisas que temos de atualizar constantemente, é como um jogo de xadrez que temos de jogar basicamente a cada 20 segundos», explicou.
«O que explica o facto de existirem centenas de pilotos que conseguem fazer uma volta muito rápida, mas apenas 20 pilotos estão na F1, os que jogam de forma inteligente, nas corridas mas também fora do carro», sublinhou.
«A primeira vez que estive numa discoteca tinha 29 anos»
O facto de ter começado a correr tão cedo condicionou outros aspetos da sua vida. «Acho que perdi muitas coisas na vida. Tenho consciência disso. Não tinha um horário escolar normal. Estava a correr em Itália e em diferentes países. Fazia exames nas semanas seguintes. Aos 19 anos tornei-me piloto de Fórmula 1. A primeira vez que estive numa discoteca tinha 29 anos... Perdi muitas coisas. Sou feliz, mas sinto falta de algumas coisas. Não tenho filhos. É algo que quero ter como objetivo pessoal nos próximos anos, espero que não falte muito. E sim, há coisas que não correram como eu tinha planeado quando tinha 15 ou 16 anos. Provavelmente imaginei uma vida diferente», recordou.