João Sousa: «Ter um estádio cheio a gritar o meu nome é o que me faz continuar a jogar ténis!»

Ténis João Sousa: «Ter um estádio cheio a gritar o meu nome é o que me faz continuar a jogar ténis!»

TÉNIS31.07.202321:55

Sem ganhar no circuito profissional desde 5 de abril último e com muitas dúvidas sobre o futuro a resolver, atendendo a arreliadora lesão nas costas, João Sousa viveu, este segunda-feira, com muita emoção o regresso aos courts, até há pouco tempo sem data definida, com muita emoção. Tanto mais que o fez em solo nacional, no Porto Open, e rodeado do carinho do público que acorreu ao Monte Aventino para ver o melhor tenista português de todos os tempos a batalhar durante 2.44 horas e a ganhar com 7/6 (7-5), 6/4 e 6/4 ao italiano Mattia Bellucci, 176.º da hierarquia na qual Sousa é agora 352.º após oito longos anos no top-100 mundial.

Aos 34 anos, quase uma década depois da vitória de um challenger na Guimarães natal ter catapultado para o primeiro de quatro títulos ATP que constam no currículo, o antigo 28.º mundial foi franco na conferência de imprensa em que tanto deu conta da satisfação por estar de volta, como das incertezas que ainda não tem, ou das dores que passaram a fazer parte do dia a dia de João Sousa que não jogava profissionalmente desde o desaire na ronda inaugural Roland Garros, há dois meses.

Sobre vitória:

«As sensações são boas! Depois de estar algum tempo fora, existia sempre a dúvida se conseguiria jogar a um bom nível e, a verdade, é que estou muito contente pela forma como me exibi, apesar de te perdido o primeiro set, no qual até acho ter sido superior, excetuando no tie-break em que não joguei tão bem, falhei algumas bolas e respostas que fizeram a diferença. Emocionei-me no final, porque não esperava ver tantas pessoas. Apesar de ter ganho que já ganhei na carreira, este apoio que recebo é muito importante. Por isso digo que o Estoril Open [2018] foi a melhor semana da minha carreira. Estar em Portugal diz-me muito. Para mim, que estive lá fora muitos anos, voltat é sempre especial.»

Público:

«Há que realçar o público que fez a diferença, esteve em força, apoiou, não foi embora depois do primeiro set. Senti esse carinho, não estava à espera, sinceramente. Fiquei contente por ver o estádio quase cheio a gritar o meu nome, é incrível. É muito especial voltar ao norte. Aliás, estou em casa, venho de Guimarães todos os dias. É muito especial este apoio, é por isso que jogamos ténis. Normalmente, ouvíamos os grandes nomes como o Rafa [Nadal] ou o Roger [Federer] a dizerem que jogam para isto. Para mim, ter um estádio cheio a gritar o meu nome é o me faz continuar a jogar ténis.»

Condição física:

«Desconforto sinto sempre quando acabo de jogar. Dói-me o corpo todo, mas isso faz parte da alta competição. Costumo dizer que é como na Fórmula 1, é tudo decidido nos detalhes e isso faz a diferença. Estou cansado e não me sinto mal, a dor não está presente, apesar de tê-la sentido durante o encontro, mas é um bom sinal. Fazendo uma boa recuperação estarei pronto para quarta-feira jogar. Sabia que não estava a 100%, mas pronto para competir.»

Expectativas:

«Por ter estado lesionado, a minha expectativa não era grande, mas entrei agressivo e joguei a um altíssimo nível. Não quer dizer nada, mas é sinal de que estou melhor fisicamente. A minha presença aqui era uma incógnita, mas tentei fazer tudo para estar o melhor possível fisicamente. Não soube até ao último minuto se ia jogar, mas senti-me bem e optei por competir. Não estou inscrito em mais nenhum torneio no próximo mês, ainda é tudo um bocadinho incógnita, porque continuar só faz sentido se continuar a jogar a bom nível.»