Ténis Estreante Henrique Rocha é surpresa no Estoril Open, Pedro Sousa em prova depois de anunciar fim da carreira
São quatro os portugueses no quadro principal do Millennium Estoril Open, após Henrique Rocha ter tornado mais memorável a entrada no circuito ATP a quatro dias de celebrar 19 anos, garantindo uma vaga na prova principal.
Liberto das emoções contidas antes de anunciar o ponto final da carreira na véspera, Pedro Sousa, 35 anos, viveu uma vitória serena e assim o adeus do antigo top-100 ao ATP 250 luso ficou adiada, enquanto Frederico Silva, que só sucumbiu no terceiro set, tem esperar por desistências alheias para formar o quinteto da terra, dado de Nuno Borges (68.º), com embate agendado com o francês Quentin Halys, e João Sousa, campeão de 2018 que se estreia diante de Giulio Zeppieri, tiveram entrada direta.
Henrique Rocha, todavia, foi o primeiro dos qualifiers a ter motivos para manter o «coração a mil» na estreia no circuito ATP. Ontem, o maiato do CAR, 590.º mundial, despachou o húngaro Mate Valkusz (238.º), com 6/4 e 6/2, e marcou duelo com o espanhol Bernabé Zapata Miralles (41.º) no quadro principal. Com o sorriso estampado, o tenista que completa 19 anos esta quinta-feira é uma surpresa destemida do Open. «Se alguém dissesse que ia estrear-me no quadro de um ATP antes de um Challenger, diria que estava maluco! Esta é a semana do meu aniversário e lembro-me que ganhei o meu primeiro ponto na minha semana de anos, num domingo de Páscoa», recordou. «A primeira pessoa que vi aqui quando entrei na sexta-feira foi o Casper Ruud e fiquei logo com respeito. Acima de tudo, estou a tentar aproveitar a experiência de trabalhar perto deles, ver as rotinas. É uma experiência fantástica, mas estou focado em mim, no meu trabalho», afiançou o irmão de Francisco Rocha, vice-campeão nacional.
Embora mais rotinado nos grandes palcos, Pedro Sousa também está a viver, pela primeira vez, o sentimento de finitude na carreira. Aliviado, ontem o lisboeta aplicou duplo 6/4 ao russo Timofey Skatov (155.º) e juntou-se ao gaulês Luca Van Assch (108.º) no quadro. «Estou bastante contente, este era o objetivo. Ontem [sábado] foi um dia duro, porque só pensava no que diria às pessoas, como ia ser o anúncio. Tê-lo feito, retirou-me peso e sabia que ia ser melhor. Estou cansado, não é por estar mal fisicamente, mas porque estas coisas mexem. No meu atual contexto familiar, é impossível ter a disponibilidade física e mental necessária para o nível a que quero jogar. É a decisão mais difícil da minha carreira, mas quando ponho o outro lado na balança, a decisão torna-se tão fácil», desdramatizou.