Estreante Henrique Rocha é surpresa no Estoril Open, Pedro Sousa em prova depois de anunciar fim da carreira

Ténis Estreante Henrique Rocha é surpresa no Estoril Open, Pedro Sousa em prova depois de anunciar fim da carreira

TÉNIS03.04.202311:28

São quatro os portugueses no quadro principal do Millennium Estoril Open, após Henrique Rocha ter tornado mais memorável a entrada no circuito ATP a quatro dias de celebrar 19 anos, garantindo uma vaga na prova principal.

Liberto das emoções contidas antes de anunciar o ponto final da carreira na véspera, Pedro Sousa, 35 anos, viveu uma vitória serena e assim o adeus do antigo top-100 ao ATP 250 luso ficou adiada, enquanto Frederico Silva, que só sucumbiu no terceiro set, tem esperar por desistências alheias para formar o quinteto da terra, dado de Nuno Borges (68.º), com embate agendado com o francês Quentin Halys, e João Sousa, campeão de 2018 que se estreia diante de Giulio Zeppieri, tiveram entrada direta.


Henrique Rocha, todavia, foi o primeiro dos qualifiers a ter motivos para manter o «coração a mil» na estreia no circuito ATP. Ontem, o maiato do CAR, 590.º mundial, despachou o húngaro Mate Valkusz (238.º), com 6/4 e 6/2, e marcou duelo com o espanhol Bernabé Zapata Miralles (41.º) no quadro principal. Com o sorriso estampado, o tenista que completa 19 anos esta quinta-feira é uma surpresa destemida do Open. «Se alguém dissesse que ia estrear-me no quadro de um ATP antes de um Challenger, diria que estava maluco! Esta é a semana do meu aniversário e lembro-me que ganhei o meu primeiro ponto na minha semana de anos, num domingo de Páscoa», recordou. «A primeira pessoa que vi aqui quando entrei na sexta-feira foi o Casper Ruud e fiquei logo com respeito. Acima de tudo, estou a tentar aproveitar a experiência de trabalhar perto deles, ver as rotinas. É uma experiência fantástica, mas estou focado em mim, no meu trabalho», afiançou o irmão de Francisco Rocha, vice-campeão nacional.


Embora mais rotinado nos grandes palcos, Pedro Sousa também está a viver, pela primeira vez, o sentimento de finitude na carreira. Aliviado, ontem o lisboeta aplicou duplo 6/4 ao russo Timofey Skatov (155.º) e juntou-se ao gaulês Luca Van Assch (108.º) no quadro. «Estou bastante contente, este era o objetivo. Ontem [sábado] foi um dia duro, porque só pensava no que diria às pessoas, como ia ser o anúncio. Tê-lo feito, retirou-me peso e sabia que ia ser melhor. Estou cansado, não é por estar mal fisicamente, mas porque estas coisas mexem. No meu atual contexto familiar, é impossível ter a disponibilidade física e mental necessária para o nível a que quero jogar. É a decisão mais difícil da minha carreira, mas quando ponho o outro lado na balança, a decisão torna-se tão fácil», desdramatizou.