Ciclismo Van Der Poel demolidor na Milão - San Remo
O primeiro monumento do ciclismo mundial da temporada, a clássica Milão - San Remo com a extensão de 294 km, teve como vencedor o neerlandês Mathieu Van Der Poel (Alpecin-Deceuninck), que repetiu o feito do seu avô, Raymond Poulidor que foi primeiro em 1961.
Numa corrida desgastante a explosão no final da subida do Poggio, foi determinante para Van Der Poel se distanciar de Pogaçar, Ganna e Van Aert, arriscar tudo na complicada descida para a Via Roma onde cortou a meta isolado, com a diferença de 15 segundos para o trio perseguidor.
A alta velocidade a que se correu a Milão - San Remo, levou a decisão para a ultima das dificuldades da corrida italiana. Depois de La Cipressa ter emagrecido o pelotão, a decisão surgiu no Poggio, uma subida com 3,7 km onde os candidatos teriam que jogar todos os trunfos. Tim Wellens (Emirates) assumiu a liderança no início da subida, para numa jogada inteligente Matteo Trentin (Emirates) provocar um corte e Pogaçar poderoso mas não devastador, atacar e levar consigo Filipo Ganna (Ineos), Van Aert (Jumbo) e Van Der Poel (Alpecin), que aguentaram na roda a investida do esloveno.
A 200 metros do final da subida Van Der Poel queimou o ultimo cartucho, a sua explosão não teve resposta e foi suficiente para ganhar alguns segundos, arriscando tudo na sinuosa descida e entrar na Via Roma para cortar a meta isolado, seguido de Filippo Ganna e Van Aert que completaram o pódio e do principal favorito Pogaçar, que não conseguiu travar a impetuosidade do ciclista neerlandês, que conquistou a primeira vitória da temporada na estrada, a que junta o titulo de campeão do mundo de ciclocrosse conseguido o mês passado, enriquecendo a montra de troféus com o terceiro monumento da sua carreira, depois de ter vencido o Tour de Flandres em 2020 e 2022.
«A forma como venci foi além das minhas expetativas e estou muito feliz por isso. Na Cipressa tivemos o vento contrario e senti que as pernas estavam muito frescas, no Poggio encontrei um buraco entre Pogaçar e a parede, ataquei dando o máximo e arriscando tudo na descida. Estava focado nesta corrida desde que voltei a treinar, no Tirreno as coisas não correram como o esperado, precisei de dias de corrida para atingir o meu melhor nível. Não é apenas especial porque o meu avô venceu aqui, mas também porque é um monumento que todos querem ganhar», afirmou Van Der Poel que já pensa no Tour de Flandres que se corre no dia 9 de abril e já venceu por duas vezes.
Uma fuga de 9 ciclistas manteve um forte andamento da cabeça da corrida, foi neutralizada a 27 km da meta quando a corrida começou a definir-se e os candidatos tiveram que puxar dos galões.
CLASSIFICAÇÕES
MILÃO-SAN REMO 294 KM: 1.º Mathieu Van Der Poel (Ned/Alpecin) 6.25,23 h à média de 45,773 km/h; 2.º Filippo Ganna (Ita/Ineos) a 15 s; 3.º Wout Van Aert (Bel/Jumbo) mt; 4.º Tadej Pogaçar (Slo/Emirates) mt; 5.º Soren Kragh Andersen (Din/Alpecin) a 26 s.
PALMARÉS
2022 Mathieu Van Der Poel (NED)
2021 Jasper Stuyven (BEL)
2020 Wout Van Aert (BEL)
2019 Julian Alaphilippe (FRA)
2018 Vincenzo Nibali (ITA)
2017 Michal Kwiatkowski POL)
2016 Arnaud Démare (FRA)
2015 John Degenkolb (ALE)
2014 Alexander Kristoff (NOR)
2013 Gerald Ciolek (ALE)