Vizela: «No futebol as coisas mudam muito rápido»
Tomás Silva em ação com o Sporting Foto ASF

ENTREVISTA Vizela: «No futebol as coisas mudam muito rápido»

NACIONAL23.11.202308:40

Tomás Silva, lateral-direito de 24 anos, é dos jogadores com mais minutos (867 após 11 jornadas) na Liga, mas reconhece a A BOLA que não pode facilitar. Aborda o primeiro terço da temporada, na qual o Vizela não tem obtido os resultados por certo desejados (está no 14.º lugar, 10 pontos), e ainda fala sobre a eliminação da Taça da Liga frente ao Aves SAD

- É dos jogadores com mais minutos na Liga. Até ao momento tem sido o início de temporada que desejava? 

- Sim, as coisas têm corrido bem, estou cada vez mais confiante na posição e a ganhar o meu espaço. Em termos coletivos, poderíamos e merecíamos ter mais pontos, mas é o que é e temos de continuar a trabalhar para elevar o nível, tanto eu como a equipa. 

- Ainda nem sequer foi substituído e só saiu mais cedo ao ser expulso frente ao Arouca. Isso dá-lhe uma confiança ainda maior? 

- Não sei se me dá uma confiança maior, mas sinto que os meus colegas e o treinador confiam e acreditam em mim. Mas, como sabemos, no futebol as coisas mudam muito rápido e tenho que continuar a trabalhar dentro de campo para justificar a aposta que está a ser feita. 

- A expulsão contra o Arouca aconteceu após uma assistência frente ao Sporting. Como se gerem estas diferentes emoções? 

- Sabemos que o futebol é um desporto com muitas emoções. Tinha acabado de fazer um bom jogo em Alvalade. Com o Arouca, as coisas até à altura da expulsão também estavam a correr bem, estávamos por cima. Depois foi um lance um pouco imprudente da minha parte, achei que ia tocar só a bola e não consegui. Aconteceu… 

- Custa sempre ficar de fora por castigo? 

- Claro. Porque ali, mais do que tudo, fiquei de fora um jogo em que não pude ajudar a equipa. Quando ficamos de fora temos aquele sentimento de impotência e de não estar a ajudar os colegas. 

- O início de temporada para o Vizela não tem sido fácil, mas os quatro pontos conquistados nos últimos dois jogos dão outro alento à equipa? 

- Vínhamos de uma série de jogos sem vitórias e fomos ganhar fora com o Casa Pia. Agora empatámos em casa com o Famalicão. São quatro pontos que nos ajudam a subir um pouco na tabela, mas sabemos que não chega. Neste momento as equipas estão muito próximas. Uma vitória ou duas permite saltar muitos lugares na tabela, mas também sabemos que se estivermos um ou dois jogos sem fazer pontos caímos nos lugares de descida. Temos de continuar o trabalho, foram quatro pontos importantes, mas precisamos de fazer mais e queremos mais. 

- Após série complicada sem ganhar, dois bons resultados. Esta pausa foi má para o Vizela? 

- Não, fizemos dois bons jogos, dos mais consistentes que tivemos esta época. A paragem está a servir para trabalharmos os pontos menos fortes e aperfeiçoar os que estão bem. A paragem nunca é prejudicial, acaba sempre por ajudar, porque conseguimos limar aquilo que não está tão bem e é isso que temos feito. 

- Acha que a eliminação da Taça da Liga, de forma precoce frente ao Aves SAD, teve influência neste mau arranque de temporada? 

- Os jogos da Taça da Liga foram mais cedo do que estávamos acostumados. Ainda estávamos um pouquinho em preparação, mas acabaram por ser importantes, porque nos deram competição logo no início. Conseguimos vencer o primeiro jogo, mas no segundo fomos eliminados. Claro que foi um choque, porque não queríamos sair tão cedo da prova, mas aconteceu. No entanto, acabou por ser bom para nós, para acordarmos, digamos assim. Difícil, porque não queríamos sair da Taça da Liga, mas no futebol temos que a cada semana estar prontos, porque há logo uma nova oportunidade. E é como dizia, fizemos agora quatro pontos, mas já foi e agora queremos ganhar os próximos jogos.

Paternidade

«Acho que estou preparado, vamos ver quando ele chegar [risos]. Mas estou um pouco ansioso, porque quero saber como é que ele é, quero sentir. Estou muito feliz e espero que corra tudo bem»

Empréstimo

«A saída para o Varzim, agora vendo as coisas, acabou por ser boa. Apesar dos resultados desportivos não terem sido bons, para mim individualmente foi bom, porque vi uma realidade diferente»

Posição

«Quando o treinador me disse que queria que fosse o lateral-direito, foi um choque. Não estava à espera e, na altura, até comentei com o treinador que não sabia se ia dar. Mas acabou por correr bem»