Futebol Feminino «Queremos os portugueses ainda mais orgulhosos d'As Navegadoras»
O selecionador nacional de futebol feminino, Francisco Neto, destacou na tarde desta terça-feira, na sede do BPI (Saldanha, em Lisboa), por ocasião da divulgação das 23 convocadas de Portugal para o Campeonato do Mundo Feminino da FIFA, que irá decorrer de 20 de julho a 20 de agosto na Austrália e Nova Zelândia, a extrema ambição da Seleção Nacional que há nove anos orienta (desde 2014) e a vontade de continuar a dar alegrias ao futebol nacional e ao País, depois de um recorde de 13 jogos – incluindo três ‘play-off’ – na qualificação, desde 16 de setembro de 2021, com uma equipa então um pouco diferente da atual.
«Prometo-vos uma Seleção carregada de ambição, com muitas jogadoras que têm feito um percurso incrível connosco. Das convocatórias de 2017 até hoje, ainda 12 jogadores estão presentes. E do último Europeu [2022], estão cá 19. Esta Seleção tem crescido na adversidade. Trabalhamos para que este momento se repita mais vezes: queremos muito, daqui a quatro anos, anunciar segunda convocatória para outra fase final de um Mundial, pois seria muito bom sinal. É essa a nossa ambição. Foi esse o desafio e compromisso deste mandato do nosso mandato a presença da seleção feminina no Mundial-2023. As jogadoras e a equipa técnica abraçaram este desafio e deu resposta. É uma Seleção mais madura, mais preparada, mas acima de tudo com muita ambição», afirmou o técnico, natural de Mortágua, e que está ao serviço da Federação Portuguesa de Futebol desde 2009, então ainda como coordenador técnico e, depois, treinador de guarda-redes.
Quanto à fasquia estabelecida por Portugal, que já em fevereiro esteve em Hamilton para vencer os Camarões por 2-1 no terceiro (e último) ‘play-off’ de desempate (antes, ficaram pelo caminho Bélgica e Islândia) e pode avaliar o que espera a Seleção em julho e agosto na fase final da prova, com a equipa de todos nós colocada, na primeira fase, na Nova Zelândia.
«O que será, para mim, um bom desempenho? Que os portugueses se orgulhem de nós, como tem acontecido! As pessoas que passam por nós na rua identificam-se connosco. Que tenham coragem de se levantar às 6 da manhã para ver um jogo da Seleção feminina [sucedeu, com a diferença horária, no jogo com os Camarões, em fevereiro, em Hamilton] é uma marca! As coisas aconteceram. Não há mais menina alguma em Portugal que possa olhar para o jogo e diga que é impossível: esta Seleção quebrou os impossíveis, foi às fases finais de um Europeu e de um Mundial», recordou Francisco Neto, que quer Portugal com o seu futuro nas mãos até à última.
«Queremos depender só de nós quando chegarmos ao último jogo da fase de grupos, com os EUA [1 de agosto]. É assim em qualquer escalão, em qualquer prova, nesta casa! Chegar ao último dia de qualquer competição a dependermos só de nós é o nosso grande objetivo. Queremos ser competitivos e ser competentes, para chegar a esse último dia, no jogo com as campeãs mundiais e número um, a depender só de nós», enfatizou Francisco Neto sobre a Seleção…. que já tem cognome para a história.
«É uma Seleção ambiciosa. São conhecidas pel’As Navegadoras’! Elas abraçam as dificuldades. Tem sido um projeto grande e louco, temos sabido estar unidos e agregados, sabemos crescer. Queremos que os portugueses se orgulhem de nós. Sabemos que só se formos competitivos é que criaremos essas referências. Não chega o que atingimos até agora, temos de querer sempre mais: é esse o nosso ADN», disse o selecionador nacional feminino, que, quando assumiu funções, tinha Portugal para lá do 40.º lugar do ranking feminino da FIFA e tem escalado lugares.
«Olhamos para trás e é mais fácil que as jogadoras acreditem na nossa mensagem. Das de 2017, estão cá 12 nestas convocadas; das de 2022, 19 das que cá estão vão repetir a experiência de estar numa fase final. Sentiram dentro de campo que é possível. Felizmente temos cada vez mais jogadoras preparadas para as fases finais. Estamos dentro das 32 melhores equipas do Mundo, e das 12 da UEFA, acima daquele que é o nosso lugar no ranking neste momento. Estamos orgulhosos, mas conscientes da responsabilidade que temos», concluiu Francisco Neto.