João Mário: o adeus à Seleção, a saída do Sporting e a 'profecia' de Schmidt

Benfica João Mário: o adeus à Seleção, a saída do Sporting e a 'profecia' de Schmidt

NACIONAL04.06.202300:10

Na imperdível entrevista de João Mário ao jornal A BOLA, e que pode ler na edição impressa, na edição digital, em 3D e em A BOLA TV, João Mário, que afirma sentir-se «eternamente grato ao Benfica», falou, entre muitos outros temas, do adeus à Seleção, da saída do Sporting e das palavras que Roger Schmidt lhe disse no início da época, depois de ter saído de 2021/2022 algo desacreditado. E falou ainda de Rui Costa.

Seleção

«Desde logo a questão física pesou também muito. Queria dedicar-me cada vez mais ao meu clube, onde me sinto cada vez mais valorizado. Depois houve situações menos positivas este ano a nível de Seleção, especialmente no último estágio, no qual chegava ao meu ponto máximo de carreira, de concretização, pois era o melhor marcador do nosso campeonato, com uma confiança no máximo em mim. Portugal tem uma Seleção tão forte que obviamente todos os treinadores podem ter cada opção, e olhando à minha concorrência na Seleção era mesmo muito forte, e nessa altura acho que tens de ser sincero contigo mesmo. Quando estás no teu ponto máximo de carreira, vais à Seleção de Portugal, que joga com o Liechtenstein, e tu jogas um minuto… Tenho sempre uma máxima de Seleção que passa por aquilo que tu fazes no clube até porque estávamos no início de uma nova etapa. Se tu, no teu ponto máximo da carreira, não dá para mais… tens de ser humilde e reconhecer. Dizer muito obrigado e agradecer a pessoas como ao João Pinto, ao presidente da FPF, que sempre me trataram muito bem, mas tens de ser sincero contigo mesmo e terminar.»

Saída do Sporting

«A primeira pessoa com quem falei no Benfica foi com o nosso atual presidente Rui Costa, que na altura ainda não tinha esse cargo. Explicou-me, obviamente, tratar-se sempre de uma mudança difícil, estive muitos anos ligado ao Sporting, mas para mim foram processos diferentes acima de tudo. Desde cedo percebi que não iria continuar ali, não só por aquele verão, mas por tudo o que se passou nessa época. Foi um processo em que acima de tudo, concluí, foi uma história muito bonita, porque dei retorno desportivo ao clube, financeiro aquando da transferência para o Inter, muitos anos ligado e terminou da melhor maneira com a conquista daquele campeonato. Pessoalmente, pensando hoje, foi uma história muito bonita, muito feliz e que terminou quando tinha de terminar.»

Palavras de Roger Schmidt no início da época

«Acima de tudo foi especial para mim porque durante o período após o último campeonato e o início deste, da era com Roger Schmidt, muito se falou da minha continuidade, da minha importância, se teria ou não espaço neste novo Benfica… E para mim foi especial porque acho que nunca me tinha acontecido na carreira uma primeira conversa com um treinador. Disse-me: ‘Vais ser importante na minha ideia de jogo e na equipa. E acho que estás na idade perfeita para liderar de certa forma o balneário’. Foram palavras especiais, muito marcantes, vindas de um treinador com tanta experiência e qualidade… Obviamente que agora terminou e é muito fácil dizer que acreditaria que iria ter a influência que tive neste Benfica, mas de certa forma, nessa primeira conversa, sem ter existido um treino sequer, nada mesmo, ele transmitiu-me o que iria acontecer e tudo acabou por se confirmar. Foi sem dúvida especial porque existem momentos chave que marcam toda uma época e esse foi um desses momentos.»

Rui Costa

«Rui Costa não é só um presidente para nós. Por tudo o que foi enquanto jogador, por tudo o que ele criou durante estes anos em que esteve ligado ao clube, sem dúvida que é o obreiro desta conquista. Porque é ele quem escolhe o treinador e tudo o resto. É um presidente especial porque é muito próximo da equipa, entende muito bem aquilo que é o balneário, sabe quando falar e o que dizer, e isso é fundamental. Hoje em dia há muito ruído à volta, há muita pressão, muita crítica, e tu teres um presidente que é calmo, que é estável, mesmo nos momentos difíceis, lá está, como foi o mês de abril, ter sempre uma palavra de tranquilidade, de entender que é perfeitamente normal que, em 10/11 meses de trabalho, possa existir um ou outro momento menos bom… No fundo, Rui Costa teve sempre um papel fundamental no que foi este título porque conhece o futebol como ninguém.»