P ARA o fim ficaram as contas do campeonato numa luta a dois pelo título, numa altura em que as atenções de alguns, como o Sporting, se viram já para fora do relvado. Enquanto amanhã, na Luz e no Dragão, Benfica e FC Porto esgrimem os últimos argumentos para poderem chegar a campeões - vantagem claríssima dos encarnados, que mesmo num empate teriam de ver os azuis e brancos golear por números estratosféricos o Vitória de Guimarães (e só colocar essa hipótese acaba por ser ofensivo para os vimaranenses, em luta ainda pelo 5.º lugar na Liga) -, hoje, em Vizela, os leões estarão já com a cabeça nos milhões que o negócio Ugarte pode render, porque do 4.º lugar e da Liga Europa já não saem.Uma grande venda é sempre inevitável nos clubes portugueses, sobretudo no Sporting, que corre atrás dos rivais da Luz e do Dragão e ainda mais agora que se viu ultrapassado na classificação pelo SC Braga, que lhe roubou o sonho de mais uma vez marcar presença na Liga dos Campeões. E sem os milhões da Champions (na época que agora termina foram mais de 30), resta-lhe os milhões das vendas…Manuel Ugarte é peça fundamental na equipa, como eram João Palhinha e Matheus Nunes, o último a sair de Alvalade (por 45 milhões de euros rumo ao Wolverhampton) mesmo ao cair do pano do mercado de verão de 2022. Ficou o Sporting sem tempo de colmatar a falha, ficou Rúben Amorim sem o seu meio-campo de eleição e só viu chegar o grego Sotiris, que praticamente não jogou. Ficou o leão muito desfalcado para 2022/2023 e Amorim ainda mais chateado com este erro de timing e de cálculo. Terá aprendido a lição a administração de Frederico Varandas, que está desta vez a um passo de resolver o problema da falta de milhões com todo o mercado pela frente. E ainda por cima com um recorde, porque venda por €60 milhões, mesmo que apenas receba 70 por centro, nunca foi feita pelo leão.N A quinta-feira há eleições na Liga. Pedro Proença apresenta-se para terceiro mandato e como candidato único. O facto de receber o apoio de todas as sociedades desportivas é histórico e sinal de que apesar das dificuldades o trabalho está a ser bem feito e é reconhecido.